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Expansão do crédito em 2007 supera estimativas do Itaú

Por JULIANA SIQUEIRA
Atualização:

A expansão da concessão do crédito no país tem surpreendido o Itaú, que elevou nesta terça-feira a projeção de crescimento de sua carteira neste ano. A instituição prevê agora alta de 25 a 30 por cento, frente à estimativa anterior de entre 20 e 25 por cento. "(O aumento se deve) às condições de mercado, maior demanda, houve um crescimento da economia acentuado, um crescimento de renda, um nível menor de inadimplência. Foram fatores bastante favoráveis", disse a jornalistas Silvio de Carvalho, diretor-executivo de controladoria do banco. "No ano de 2008 estamos prevendo um crescimento de 25 por cento. A carteira de veículos é a que tem hoje a maior propensão a crescer", complementou o executivo. O segmento registrou expansão de 62 por cento em setembro de 2007 na comparação com o mesmo mês de 2006, enquanto a carteira total avançou 27 por cento, puxada pela pessoa física. Segundo dados do Banco Central, as operações de crédito representam atualmente cerca de 33 por cento do Produto Interno Bruto brasileiro. ANO QUE VEM Na véspera, o concorrente Bradesco manteve a previsão de expansão entre 21 e 27 por cento da carteira de crédito este ano e estimou crescimento menor no ano que vem, de 20 a 25 por cento, devido à expectativa de expansão menor da economia, 4,37 por cento. No caso do Itaú, entretanto, a projeção é que a economia cresça entre 4,5 e 5 por cento em 2008, depois de expansão de 4,5 por cento este ano. "Nesta primeira estimativa (de 2008), estamos estimando 25 por cento. Não significa que não possamos rever isso na hora que terminarmos o orçamento. É um primeiro número que eu vejo factível", complementou Carvalho. CRÉDITO IMOBILIÁRIO Enquanto a carteira de crédito imobiliário teve forte expansão no Bradesco, 87 por cento na pessoa jurídica e 40 pessoa na pessoa física, o crescimento no Itaú foi bem mais modesto, de 5,4 por cento. "Acredito que é um mercado potencial, estamos focados, preparados para o crescimento desse mercado e achamos que temos condições", disse o executivo do quarto maior banco do país. "A demanda já começou a aparecer...mas os números ainda não estão aparecendo totalmente. Na pessoa física até está aparecendo um crescimento maior, mas na pessoa jurídica está havendo algumas liquidações de contratos anteriores, por isso o número está estável." O crédito imobiliário está entre as apostas de bancos para o ano que vem, à medida que os juros caem e os brasileiros demonstram mais disposição em assumir compromissos mais longos. O Itaú prevê Selic a 10 por cento no fim de 2008, frente aos atuais 11,25 por cento. "É um segmento que tende a ter uma expansão significativa. Imagino que o mercado venha a crescer em 2008 na ordem de 30 por cento, uma primeira estimativa." CRISE DO CRÉDITO ABATE LUCRO O Itaú divulgou esta manhã lucro recorrente praticamente estável no terceiro trimestre em relação ao mesmo trimestre do ano passado e queda de cerca de 18 por cento na comparação com o segundo trimestre, influenciado por perdas na Tesouraria, que sofreu com a volatilidade gerada pela crise de crédito global ocorrida entre julho e agosto. O banco registrou perda na Tesouraria de 64 milhões de reais no trimestre, depois do ganho de 149 milhões de reais um ano antes. Isso também afetou o retorno recorrente sobre patrimônio líquido médio anualizado, um importante indicador sobre a lucratividade de um banco, que caiu de 32,5 por cento há um ano para 23 por cento no trimestre passado. O lucro líquido recorrente ficou abaixo da estimativa média de quatro analistas ouvidos pela Reuters e as ações do banco na Bovespa operavam em alta de 0,54 por cento no início da tarde, enquanto o principal índice da bolsa paulista avançava mais de 2 por cento. "De um modo geral, bons números que denotam forte crescimento do crédito e em segmentos de margens elevadas, ao mesmo tempo em que melhorou a inadimplência e reduziu despesas de provisão", comentou a analista do setor na corretora Fator, Maria Laura Pessoa, sobre o balanço.

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