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Expansão industrial reduzirá pessimismo, dizem economistas

Por Agencia Estado
Atualização:

O crescimento da produção industrial de 5,8% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, divulgado ontem pelo IBGE, pode ter efeitos políticos benéficos para a economia no sentido de ajudar a romper um ciclo de pessimismo e pressões sobre a política econômica do governo. A avaliação foi feita à Agência Estado pelo sócio da Tendências Consultoria, Edward Amadeo e pelo economista da FGV Aloísio Campelo Júnior, responsável pelas pesquisas de Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação. "A grande dúvida hoje é saber se o sucesso da economia vai melhorar o ambiente político ou se os problemas políticos vão forçar uma mudança na economia", disse Amadeo, que foi ministro do Trabalho e secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Segundo ele, os resultados divulgados ontem pelo IBGE contribuem no sentido de que a economia influencie positivamente o ambiente político "com menos ?fogo amigo? da base e de integrantes do governo contra a política econômica e mais tolerância no Congresso". "Este crescimento de 5,8% é uma evidência muito forte de que a recuperação está em curso. A dúvida é se a turbulência externa vai botar um pouco de areia nisso", observou. Também Campelo acredita que o clima de pessimismo possa ser revertido a partir de números positivos sobre a atividade econômica, como os de crescimento da produção industrial divulgados ontem pelo IBGE. "O pessimismo veio porque os números sobre atividade que estavam saindo eram negativos e geraram pressões políticas e dúvidas se o governo conseguiria manter a base - teve a a derrota do governo no Senado com a rejeição da MP do Bingo, pressão por reajuste do funcionalismo, etc", lembrou. "E isso tudo ficou acentuado com possibilidades de um cenário externo não tão favorável em liquidez, mas acho, com recuperação econômica, isso muda de novo", disse ele.

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