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Expansão internacional da Varig sai caro para a Gol

Em meio ao processo para retomada das rotas abandonadas pela Varig, Gol descobre dívidas milionárias

Por Alberto Komatsu
Atualização:

A expansão internacional da Varig tem custado caro para a Gol. No último domingo, a Varig completou um mês sem voar para Buenos Aires. Em meio ao processo para a retomada das rotas abandonadas no auge da crise financeira da Varig antiga, a Gol vem descobrindo dívidas milionárias da companhia em aeroportos internacionais. Em Paris, são US$ 5,5 milhões. Em Londres, mais 6 milhões de libras. Na Argentina, o passivo trabalhista de US$ 400 mil tem sido o ponto de discórdia com os 100 trabalhadores locais, sindicatos, ministério do Trabalho e autoridades aeronáuticas daquele país.   "A dívida que está lá (Argentina) é da Varig antiga (em recuperação judicial). Os funcionários terão de se habilitar para receber pelo plano de recuperação", afirma o gestor judicial da Varig antiga, Miguel Dau. Segundo ele, a nova Varig não pode assumir esse passivo para não abrir um precedente judicial, já que no Brasil a empresa não teve sucessão de dívidas trabalhistas.   Argentina   O processo de transição da nova para a antiga Varig na Argentina também resultou em empecilhos burocráticos para a sua operação em Buenos Aires. Isso porque a autorização de funcionamento ainda está no nome da empresa em recuperação judicial.   Segundo uma fonte que acompanha as negociações, todos os funcionários da Varig, em Buenos Aires, terão de ser demitidos para poderem ser recontratados pela nova Varig. As demissões deverão começar nos próximos 30 dias. E é esse processo que tem preocupado sindicalistas argentinos, já que existe o temor de que nem todos sejam aproveitados.   O Ministério das Relações Exteriores informou que acompanha a questão da Varig na Argentina em conjunto com a embaixada brasileira em Buenos Aires e que ainda não há uma solução.   A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), por sua vez, informa que já fez as inspeções necessárias para verificar supostas irregularidades em seguros de aviões e registros de funcionários da Varig na Argentina. Foram esses alguns dos motivos iniciais alegados pelo governo argentino para proibir a operação da Varig naquele país. Segundo a Anac, não foi encontrado qualquer problema e as dívidas da Varig são da empresa que permanece em recuperação judicial.   Consequências   Segundo uma fonte do setor aéreo, as dívidas nos aeroportos de Paris e Londres referem-se a taxas aeroportuárias. A Varig vai retomar vôos para Paris a partir do próximo dia 20 e pretende voltar a operar em Londres até dezembro.   A suspensão das operações da Varig na Argentina causou a superlotação dos vôos da Gol para Buenos Aires. Cinco dias após a proibição, no dia 14 de agosto, a Gol informou que a venda de passagens para a capital argentina só seria possível a partir de 17 de setembro. Hoje, porém, a empresa informou que a venda de passagens já está disponível a partir de amanhã.   Logo no início da paralisação da Varig na Argentina, a TAM chegou a criar três vôos extras para Buenos Aires por causa do aumento de demanda. Atualmente a companhia oferece 50 freqüências semanais para a capital argentina.

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