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Expectativa de estrangeiros para o PIB atinge menor taxa desde 3º tri de 2010

Percepção em relação a desempenho foi de 5 pontos, numa escala que vai de -100 a 100

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Por Beatriz Bulla e da Agência Estado
Atualização:

SÃO PAULO - A percepção dos estrangeiros que moram no País em relação à economia está menos positiva atualmente, em comparação com o primeiro trimestre do ano. Divulgada hoje, a segunda edição do Monitor da Percepção Internacional do Brasil, elaborada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que a expectativa em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para os próximos 12 meses é a menor desde o início da pesquisa, no terceiro trimestre de 2010.

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A percepção em relação ao desempenho do PIB foi de 5 pontos, numa escala que vai de -100 a 100. O índice é uma média das respostas dos entrevistados, que são classificadas em uma de cinco possíveis categorias: muito otimista/favorável (100 pontos), moderadamente otimista/favorável (50 pontos), neutra (0 ponto), moderadamente pessimista/desfavorável (-50 pontos) ou muito pessimista/desfavorável (-100 pontos). Em março, o índice em relação ao PIB também estava próximo do neutro, mas chegava a 14 pontos.

No estudo mais recente, mais de três quartos dos entrevistados disseram esperar crescimento do PIB entre 1,6% e 3,5% neste ano. Os que esperam crescimento acima de 3,5% somaram 17%, e 7% projetam crescimento menor do que 1,6%.

O estudo, que mede a percepção de agentes estrangeiros residentes no Brasil, é realizado trimestralmente pelo Ipea, com base em questionário respondido por representações de governos (embaixadas), câmaras de comércio, empresas com controle estrangeiro e organizações multilaterais. Na segunda edição deste ano, foram consultadas 170 entidades entre 21 de maio e 6 de junho. São realizadas 16 perguntas, que englobam os três grupos Economia, Política, governo e instituições e sociedade.

Na edição mais recente do Monitoramento, a expectativa em relação ao grupo Economia somou 23 pontos. Para o grupo Política, governo e instituições, a expectativa chegou a 25 pontos, e Sociedade bateu os 11 pontos. No Monitor de março, a pontuação de Economia chegava a 24 pontos e o de Política, governo e instituições a 35 pontos. O grupo Sociedade foi o único que subiu um ponto, já que media 10 pontos em março. De acordo com o Ipea, os dados mostram uma tendência de diminuição na avaliação do País, que continua positiva.

Com relação à inflação, a percepção melhorou, passando de 23 para 25 pontos, sendo que 41% das pessoas questionadas responderam que esperam uma taxa acima da meta oficial para os próximos 12 meses, em torno de 5,5% e 49% esperam uma inflação abaixo de 5,5%. Sobre as condições de crédito, houve elevação do indicador, passando de 14 pontos medidos em março para 41 pontos. "Há uma expectativa de continuidade dessa política de afrouxamento monetário pelo próprio Banco Central e da diminuição das taxas de juros que foi acompanhada pelos bancos privados", afirmou o técnico do Ipea André Pinelli, durante apresentação da pesquisa.

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