Publicidade

Explosões de caixas deixam cidades do interior de SP sem serviços bancários

Moradores têm de se deslocar para centros maiores até para pagar contas; apenas na região de Sorocaba, nove cidades estão com agências fechadas em decorrência dos ataques

Foto do author José Maria Tomazela
Por José Maria Tomazela
Atualização:
Crime está mais frequente no interior paulista. Foto: Werther Santana/AE

SOROCABA - Ataques a caixas eletrônicos com o uso de explosivos já deixam dezenas de cidades sem serviços bancários no interior de São Paulo. Moradores são obrigados a se deslocar para centros maiores até para pagar contas. Apenas na região de Sorocaba, nove cidades têm agências fechadas em decorrência dos ataques. Na madrugada de terça-feira, 23, criminosos explodiram dois caixas de uma agência do Santander, na Avenida Itavuvu, zona norte de Sorocaba, e fugiram com o dinheiro. 

PUBLICIDADE

Em Tapiraí, uma agência do Bradesco explodida em março de 2015 com destruição total do prédio não reabriu mais. Os moradores viajavam até Piedade, a 40 km, mas as agências do Banco do Brasil e da Caixa Federal desta cidade também foram explodidas em dezembro. As casas lotéricas e agências dos Correios estão sobrecarregadas e não prestam todos os serviços. No final de novembro, duas agências do Banco do Brasil foram explodidas num mesmo ataque em Pilar do Sul.

Após vários ataques com destruição de prédios e tiroteios, as prefeituras de Cesário Lange e Laranjal Paulista baixaram leis municipais obrigando o esvaziamento dos caixas eletrônicos à noite e o fechamento das agências nos fins de semana. Em Pereiras, mesmo sem a lei, os bancos passaram a fechar aos sábados e domingos. Os moradores pediram a abertura do acesso aos caixas aos sábados, mesmo sem dinheiro, para consulta a saldos e extratos. No mês passado, uma agência do Banco do Brasil em Sarapuí foi explodida dois dias antes de ser reinaugurada, após ter sofrido outra explosão em agosto de 2015.

Em Conchas, no último sábado, 20, bandidos explodiram os cofres de agências do Bradesco e do Banco do Brasil. A agência do Bradesco ainda estava em reforma, pois já tinha sido atacada em janeiro. As explosões danificaram prédios do entorno. Foi o 12.o ataque a caixas bancários na cidade. As ações criaram uma dificuldade extra para os bancos nessas cidades: proprietário nenhum que alugar imóveis ou ser vizinho de agência bancária pelo risco de explosões.

Os bancos informaram que atendem às exigências relativas à segurança privada constantes da Lei 7.102/83 e suas regulamentações. O Banco do Brasil informou ainda que adota dispositivos como padrão para suas dependências além do exigido pelas normas reguladoras para mitigar os riscos da atividades bancárias.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) lamentou que a situação tenha chegado ao ponto de a população ser privada de um serviço importante. Informou, porém, que os investimentos e as medidas adotadas pelos bancos resultaram em queda no número de assaltos, de 449 em 2013 para 395 em 2014 no país. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, o número de roubos a banco caiu de 182 em 2014 para 159 em 2015.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.