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Exportação argentina de trigo cairá pela metade em 2009

Grande importador de trigo do país vizinho,Brasil seria o principal atingido pela menor produção do cereal

Por Ariel Palacios e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

A Bolsa de Comércio de Rosario emitiu um relatório no qual indica que, em 2009, a Argentina - o quinto exportador mundial de trigo - terá que reduzir suas exportações de trigo à metade. Segundo a Bolsa de Rosario, um dos principais centros de produção agrícola do país e o maior porto de escoamento de cereais e oleaginosas da Argentina, o motivo dessa queda é que a produção de trigo argentina despencaria um terço no ano que vem, diminuindo dos 16,3 milhões de toneladas da colheita 2007-2008 para 11 milhões em 2008-2009. Desta forma, o saldo exportável cairia para 5 milhões. O Brasil seria o maior afetado pela redução das vendas argentinas desse cereal. Veja também: Consultor responde a dúvidas sobre crise   Como o mundo reage à crise  Entenda a disparada do dólar e seus efeitos Especialistas dão dicas de como agir no meio da crise A cronologia da crise financeira  Dicionário da crise   A queda da produção está sendo provocada pela feroz seca que assola várias regiões do país, as intervenções constantes do governo da presidente Cristina Kirchner na agricultura e a falta de interesse dos produtores de continuar no setor do trigo. O total da área plantada cairia de 5,93 milhões de hectares para 4,6 milhões de hectares. A menor proporção de chuvas, geadas e baixas doses de fertilizantes (por causa da disparada da inflação, que levou agricultores a investir menos nesses produtos), geraram para a seguinte colheita um cenário de uma redução da área plantada. A avaliação é da Secretaria de Agricultura, que calcula que a colheita de 2009 oscilará entre 9,5 milhões e 11 milhões de toneladas. O Departamento de Agricultura dos EUA calcula que a produção argentina de trigo na colheita do ano que vem será de 12 milhões de toneladas. Restrições Desde dezembro passado, o governo da presidente Cristina Kirchner impôs duras restrições às exportações de trigo, fato que levou as entregas desse cereal ao mercado brasileiro a conta-gotas. O motivo da limitação impostas às exportações foi o de redirecionar o cereal ao mercado interno, e assim, forçar a queda do preço do produto para os consumidores argentinos. No entanto, a reação dos agricultores - sem estímulos para produzir - foi a de reduzir a área de plantio. O principal atingido pelas restrições argentinas foi o Brasil, cujo mercado em 2007 consumiu um total de 10,25 milhões de toneladas de trigo. Dentro desse consumo, 6,6 milhões de toneladas foram fornecidos por vários países ao mercado brasileiro. Desse total, a Argentina foi o principal fornecedor brasileiro no ano passado, no total de 5,63 milhões de toneladas.

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