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Exportação chinesa caiu 25,7%

Queda das vendas externas bateu recorde em fevereiro

Por Cláudia Trevisan
Atualização:

As exportações chinesas tiveram queda recorde em fevereiro, o que reduziu o superávit comercial do país com o restante do mundo ao menor nível dos últimos três anos. Os sinais de desaquecimento da economia, que apresentou queda de preços em fevereiro, foram contrabalançados pela alta de 26,5% dos investimentos nos dois primeiros meses do ano. Atingidos pela retração nos principais mercados do mundo, os embarques chineses despencaram 25,7% em relação a igual período de 2008, para US$ 64,9 bilhões. O recuo foi bem mais acentuado do que o esperado por analistas e superou a queda de 17,5% de janeiro, mês em que o comércio sofreu a maior parte do impacto negativo do feriado do Ano-Novo chinês. Depois de caírem 43% em janeiro, as importações amenizaram sua trajetória descendente e apresentaram queda de 24,1% em fevereiro, para US$ 60 bilhões, o que reduziu o superávit comercial chinês a US$ 4,9 bilhões - um oitavo dos US$ 39 bilhões de janeiro. Enquanto o comércio exterior sofreu o impacto da recessão global, os investimentos em ativos fixos aumentaram em reação ao pacote de estímulo de 4 trilhões de yuans (US$ 585 bilhões) anunciado pelo governo em novembro. A alta de 26,5% de fevereiro é ligeiramente superior aos 26,1% de todo o ano passado, quando a China cresceu 9%. De acordo com dados divulgados ontem, nos dois primeiros meses do ano houve gastos de US$ 150 bilhões em obras como ferrovias, estradas, fábricas e edifícios. Projetos de infraestrutura foram os que apresentaram as maiores altas no volume de investimentos. Os recursos na construção de ferrovias, por exemplo, subiram 210% nos primeiros dois meses do ano, enquanto os destinados ao setor agrícola dobraram e os aplicados na mineração de carvão tiveram alta de 60%. Para a economista-chefe do banco UBS na China, Wang Tao, o aumento de investimentos em infraestrutura vai compensar a queda de investimentos no setor produtivo para exportação. Outro fator que pode estimular a atividade econômica é o salto no volume de financiamentos concedidos pelo setor bancário nos últimos três meses, a maior parte destinada a investimentos. Segundo o Escritório Nacional de Estatísticas, o número de projetos em andamento subiu 28% no primeiro bimestre, para um total de 18,5 mil.

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