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Exportação de calçados volta a crescer e setor contrata

Por Agencia Estado
Atualização:

Novos contratos, principalmente de exportação, levaram os fabricantes de calçados de Franca, no interior de São Paulo, a aumentar a produção e a contratar funcionários em abril. O nível de emprego do pólo calçadista cresceu 3,56% ante março, segundo o Sindicato da Indústria do Calçado de Franca (Sindifranca). O número de empregados nas cerca de 400 indústrias do setor na cidade aumentou em cerca de 600, chegando a 19 mil, de acordo com o diretor-administrativo do sindicato, Américo Pizzo Júnior. O presidente do Sindifranca, Élcio Jacometti, não acredita, entretanto, que esteja configurada uma tendência de alta no emprego. "Só poderemos saber se é uma tendência nos próximos meses", disse. Em janeiro (-0,51%) e em fevereiro (-0,42%) o nível de emprego havia caído, só tendo voltado a crescer em março, ainda que levemente (0,33%). Mesmo assim os fabricantes esperam crescimento do emprego, porque em poucos meses a sazonalidade começa a ser mais favorável ao setor. A Democrata, uma das maiores fábricas da cidade, aumentou em 10% o quadro de funcionários em abril, de 360 para 396, para dar conta de produzir os calçados que serão exportados para os Estados Unidos, América Latina e Europa. "Estamos trabalhando uma hora a mais por dia e trabalhando também aos sábados", afirmou Fernando de Oliveira, diretor de marketing da empresa. A Democrata exporta, em média, 15% da produção de 6 mil pares/dia. Outra empresa que contratou em abril foi a Vega Solados, divisão da Free Way que fabrica solas de borracha. "Temos que atender nossas necessidades de exportação e também as das outras fábricas de Franca que vão exportar", explicou Fernando Santoro, diretor de marketing da Free Way, que fabrica 7,5 mil pares/dia. A produção da Vega aumentou em 20% depois das contratações. A própria Free Way consome parte desse aumento: a empresa está exportando para Uruguai, Paraguai e Bolívia e tentará fechar contratos de exportação para o Chile durante a feira de calçados que acontecerá nesse país de 29 a 31 deste mês. As indústrias calçadistas de Franca torcem para que os números de exportações se revertam em relação aos do primeiro trimestre do ano (US$ 23,187 milhões), quando houve queda de 9,53% ante o mesmo do ano passado (US$ 25,629 milhões). Os empresários do setor acreditam que a virada não é difícil porque a sazonalidade favorece as exportações nos próximos meses, principalmente depois do lançamento da nova coleção durante a Francal de julho, e porque as exportações do setor, incluindo todos os pólos produtores do Brasil, cresceram 9% em abril (US$ 128 milhões) ante março (US$ 117 milhões) e 5% no mesmo mês comparado com abril de 2001 (US$ 122 milhões). A expectativa da Abicalçados é que as vendas externas passem do US$ 1,613 bilhão de 2001 para US$ 1,8 bilhão neste ano, um crescimento de 11,5%.

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