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Exportação de óleo do pré-sal impulsiona Açu Petróleo, que planeja expansão

Cenário é tão positivo que a empresa se prepara agora para colocar dinheiro em instalações de importação, um investimento estimado em até R$ 3 bilhões

Por Fernanda Nunes
Atualização:

RIO - O petróleo produzido no pré-sal tem abastecido cada vez mais o mercado externo e também o caixa da Açu Petróleo, dona da única infraestrutura privada de movimentação de petróleo, o terminal T-Oil, do Porto do Açu. Na lista de clientes da empresa estão grandes petroleiras que atuam na região. As três principais, empatadas num ranking das que mais utilizam a infraestrutura de exportação, estão Petrobrás, Shell e Galp. O principal destino é a China

A queda do preço do petróleo começou na virada do ano, em meio a tensões entre os Estados Unidos e Irã Foto: Marcos de Paula/Estadão

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O cenário é tão positivo que a empresa se prepara agora para colocar dinheiro em instalações de importação - um investimento estimado em um intervalo de R$ 1 bilhão a R$ 3 bilhões, dependendo das projeções de demanda. O projeto ainda está em fase inicial, mas as primeiras licenças de instalação já saíram.

Enquanto isso, o foco exclusivo é no embarque de petróleo para outros países. Em dez meses, o volume movimentado no terminal, 44 milhões de barris, ultrapassa o total registrado no ano anterior, 40 milhões de barris, que, por sua vez, já tinha sido melhor do que em 2017. Para o fechamento do ano, a perspectiva é de novo recorde, com a movimentação de 65 milhões de barris.

A última petroleira a operar no terminal foi a Repsol, que embarcou cerca de 1 milhão de barris do campo de Sapinhoá, localizado no pré-sal da Bacia de Santos. A Equinor, dona do campo de Carcará, adquirido da Petrobrás, também se prepara para mandar para o exterior sua produção. O contrato com a companhia norueguesa está fechado, faltando apenas colocá-lo em ação.A Açu Petróleo estima que, num prazo de sete a dez anos, a exportação brasileira triplique para a casa dos 3 milhões de barris por dia, volume compatível ao de países da Opep. A projeção é que o crescimento da produção, concentrado principalmente no pré-sal, exceda o consumo interno, o que vai obrigar as petroleiras a exportarem cada vez mais o petróleo nacional.

"Há 30 anos não há investimento em infraestrutura logística. Existem apenas três terminais no País - dois deles da Petrobrás, dos quais apenas um tem foco na exportação e, ainda assim, está com a capacidade esgotada. O terceiro é o nosso", afirmou ao Estadão/Broadcast o presidente da Açu Petróleo, Victor Bonfim. Ele conta que tem recebido das companhias petroleiras uma indicação de que a exportação vai crescer.De olho na expansão do setor, a Açu Petróleo planeja construir tanques e uma rede de dutos interligando o T-Oil à malha da Petrobrás (a única instalada no País) para internalizar o petróleo trazido de outros países. A empresa já recebeu licenciamento para a infraestrutura de estocagem, tratamento e mistura de diferentes tipos de petróleo. Aguarda, porém, a licença para instalar a tubulação. 

O desenho do financiamento já está traçado, mas ainda não foi executado. Bonfim não detalha a fonte de recursos. Também não demonstra preocupação em conseguir crédito para o projeto. A abertura de capital está descartada.

A Açu Petróleo é formada por uma parceria da brasileira Prumo com a alemã Oitanking. Sua capacidade de movimentação é de 1,2 milhão de barris por dia, dos quais 250 mil bpd estão sendo utilizados atualmente. Bonfim destaca o diferencial do terminal que preside: "é o único no Brasil com 25 metros de profundidade e capacidade para receber navios da classe VLCC”. Isso significa que está apto a embarcações de grande porte, as maiores do mundo. 

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