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Exportações brasileiras de carne bovina crescem 413,6% em oito anos, diz OMC

Entre 1999 e 2007, fatia do Brasil no mercado mundial do setor passou de 6,8% para 28,4%.

Por Daniela Fernandes
Atualização:

As exportações brasileiras de carne bovina cresceram 413,6% entre 1999 e 2007, segundo um estudo da Organização Mundial do Comércio (OMC). Nesse período, o Brasil aumentou sua participação no mercado internacional de carne bovina de 6,8% para 28,4%. O levantamento divulgado pela OMC revela que, apesar das alegadas barreiras que dificultam a entrada de seus produtos nos mercados dos países ricos, no período de 1999 a 2007 o Brasil aumentou consideravelmente suas exportações agropecuárias em vários setores, como carne bovina e de frango. Nesse mesmo período, novos países em desenvolvimento, como China, Índia, Chile, Ucrânia e Bielorrússia entraram na lista de grandes exportadores de alguns produtos, enquanto as economias ricas da União Europeia, dos Estados Unidos e da Austrália perderam mercado em determinados setores, informa o Comitê de Agricultura da organização. Nesse período de oito anos, a Índia ampliou sua participação no mercado de carne bovita para 7%. Já a fatia de mercado das exportações de carne bovina dos Estados Unidos caiu de 18% para 8,8%. O Brasil triplicou sua participação nas exportações de carne de frango, que passaram de 12,6% em 1999 para 35,5% do mercado internacional em 2007. Nesse período, as vendas de carne de frango da União Europeia caíram pela metade, atingindo 7,7%. A França é o maior produtor europeu de carne de frango e um dos principais mundiais. O Brasil acusa a União Europeia de impor barreiras à entrada do frango brasileiro e subsidiar os exportadores do bloco e estuda atualmente a possibilidade de apresentar uma queixa na OMC contra os europeus. Açúcar No mercado mundial de açúcar, a participação do Brasil passou de 31,2% para 42,1%. A Europa, que decidiu reduzir os subsídios para a produção de açúcar a partir de 2006, passou a representar apenas 3,3% do comércio internacional do produto. No final dos anos 90, a fatia da UE era de 12,7%. No setor de oleaginosas, como a soja, as exportações brasileiras atingiram 27% do total mundial em 2007. Oito anos antes, a participação do Brasil nesse mercado era de 16%. A Argentina também ampliou suas vendas externas no período, dobrando sua participação para 13,7%. O levantamento realizado pela OMC aponta ainda o surgimento de novos países que passaram a ter peso importante em alguns setores agroindustriais. A Rússia conquistou, há dois anos, 13,5% das exportações mundiais de trigo. Em 1999, o país tinha apenas 0,5% do mercado. A Ucrânia passou de 1% para 10,7% das exportações de grãos. Os Estados Unidos, por sua vez, viram sua participação no mercado mundial do produto cair de 56% para 45%. As exportações de grãos da União Europeia passaram de 12,5% para 4,8% do total global entre 1999 e 2007. Também nesse período, a Bielorrússia surgiu como novo exportador de leite em pó desnatado, ampliando sua participação de mercado de 1% para 5,3%. Entre os dias 30 de novembro e 2 de dezembro, será realizada em Genebra uma nova conferência ministerial da OMC para tentar desbloquear as negociações da Rodada Doha, que prevê a liberalização do comércio mundial. A agricultura continua sendo o principal entrave para a conclusão de um acordo. Segundo a OMC, as exportações agrícolas mundiais cresceram mais do que o dobro entre entre 1999 e 2007, passando de US$ 284,3 bilhões para US$ 573,5 bilhões. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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