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Exportações chinesas caem 26,4%

Vendas externas da China recuam pelo 7.º mês consecutivo em maio; importações têm retração de 25,2%

Por AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
Atualização:

Pelo sétimo mês consecutivo, a China apurou queda nas exportações. Em maio, a retração foi de 26,4% em relação ao mesmo mês do ano passado, um recuo 3,2 pontos porcentuais maior que o de abril e o pior da década, informou ontem a Administração Geral de Alfândegas da China, por meio da agência Xinhua. As vendas ao exterior, motor da terceira maior economia mundial, totalizaram em maio US$ 88,758 bilhões. Em abril, haviam somado US$ 91,94 bilhões, uma queda de 22,6% em relação ao mesmo mês de 2008. As importações caíram quase com a mesma força. Em maio, o total comprado pela China foi de US$ 75,36 bilhões, queda de 25,2%. Juntos, os dois números mostram uma retração de 25,9% no comércio exterior da China, para US$ 164,13 bilhões. No acumulado do ano, o recuo chega a 21,8% nas exportações e 28% nas importações. Com isso, o superávit comercial da China caiu 33% em maio, em relação ao mesmo mês do ano passado, para US$ 13,39 bilhões. No ano, o país acumula um superávit de US$ 88,79 bilhões. As exportações para os Estados Unidos caíram 26,9%, para US $ 16,7 bilhões, o que reduziu o superávit comercial chinês com os EUA em 23,7%, para US$ 10,9 bilhões. As vendas para a União Europeia, o maior parceiro comercial da China, caíram 41,3%, para US $ 17,3 bilhões, reduzindo o superávit comercial com a Europa em 39,3%, para US$ 7,7 bilhões. Em termos de volume, o comércio global chinês caiu 24,7% de janeiro a maio, em relação ao mesmo período do ano passado. Só em maio, o volume negociado foi 25,9% menor. "No curto prazo, não vemos sinais de recuperação das exportações", disse Ma Xiaoping, analista do Banco HSBC, à agência Dow Jones Newswires. Para amenizar o impacto da queda das exportações, pilar do forte crescimento chinês nos últimos anos, o governo tem estimulado o mercado interno. Em novembro, Pequim anunciou um plano de reativação econômica de dois anos cujos recursos chegam a US$ 580 bilhões. O plano chinês privilegia os investimentos que, desde o início do ano, têm reagido. Segundo estimativas divulgadas também ontem, os investimentos em capital fixo nas zonas urbanas aumentaram 32,9% de janeiro a maio, ante o mesmo período do ano passado. Os investimentos de empresas públicas ou controladas pelo Estado subiram 40,6% no intervalo, em relação ao mesmo período do ano passado. Por sua vez, os investimentos em projetos de transporte ferroviário cresceram 110,9% de janeiro a maio, mais que o dobro do registrado no mesmo período de 2008. Mesmo com o declínio das importações, por causa dos investimentos em infraestrutura na China, a demanda por commodities está em alta no país. Conforme o governo chinês anunciou ontem, a importação de metais bateu recorde em maio.

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