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Exportações de bens de capital caem 46% até agosto, diz Abdib

Saldo da balança comercial do setor neste ano apresenta déficit de US$ 1,1 bilhão até o mês de agosto

Por AE
Atualização:

As exportações de bens de capital sob encomenda somaram US$ 1,788 bilhão entre janeiro e agosto de 2009, o que representa uma queda de 46% em relação aos US$ 3,3 bilhões registrados em igual período do ano passado. Já as importações atingiram US$ 2,9 bilhões nos oito primeiros meses de 2009, contra US$ 3,1 bilhões no mesmo período do ano anterior - um resultado 7,6% menor.

 

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O saldo da balança comercial do setor, que registrou superávit de US$ 170,7 milhões entre janeiro e agosto de 2008, neste ano apresentou déficit de US$ 1,1 bilhão até agosto de 2009 - uma diminuição de 752,6%. Os dados fazem parte de um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústria de Base (Abdib) com base em números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

 

Em nota o presidente da entidade, Paulo Godoy, destaca que alguns fatores ajudam a explicar o resultado da balança comercial do setor nos oito primeiros meses do ano: a apreciação do real diante do dólar, a queda da demanda mundial por equipamentos e redução do volume de investimentos em virtude da desaceleração econômica em diversos países. "Este ano deve registrar um fluxo de comércio semelhante ao de 2007, porém com saldo comercial ainda negativo. Há alguns sinais de retomada da economia global, mas ela será em ritmo mais lento", conclui.

 

Câmbio e tributos prejudicam

 

Godoy atribuiu ao câmbio e à carga tributária o déficit comercial de US$ 1,113 bilhão registrado pelo setor de bens de capital sob encomenda, de janeiro a agosto deste ano. Segundo a Abdib, em igual período do ano passado, o setor apresentou superávit comercial de US$ 170,7 milhões.

 

O presidente da Abdib disse que a valorização do real em relação ao dólar favorece a importação de máquinas. Além disso, segundo ele, os tributes que incidem sobre bens de capital facilitaram a compra dessas máquinas no Exterior. "A combinação perversa (câmbio e tributes) facilita a comparação e a importação de bens de capital sob encomenda, contra um histórico de superávits comerciais que o País não tinha há alguns anos", disse.

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