Publicidade

Exportações de petróleo superam importações no País

Por Agencia Estado
Atualização:

O Brasil está saindo da condição de importador para a de exportador líquido de petróleo. Pela primeira vez, o País registrou mais exportações de petróleo em julho do que de importações, conforme dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), considerando a movimentação de óleo cru e derivados. Pelos dados da ANP o Brasil importou o equivalente a 21,125 milhões de barris em julho e exportou 21,217 milhões. Com isso, o saldo líquido ficou em 92 mil barris, o que representa uma completa inversão em relação aos meses anteriores. Pelos dados da ANP, a importação líquida de petróleo e derivados ficou em torno de 10 milhões de barris mensais no período de janeiro a julho deste ano. O diretor de engenharia e produção da Petrobrás, Carlos Alberto Pereira de Oliveira, acredita que esse movimento tende a continuar e até a se acelerar, o que deve contribuir para aliviar de forma substancial a balança comercial. Nos 12 meses encerrados em julho, o País precisou de US$ 3,5 bilhões com a compra do produto (diferença entre exportações e importações), o que representa queda de 40% em relação aos US$ 5,7 bilhões computados nos 12 meses encerrados em julho de 2001, conforme os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). A aceleração na produção e nas exportações de petróleo (e derivados) transformou a Petrobrás na maior exportadora brasileira e os negócios com o produto assumem posição cada vez mais relevante no comércio exterior brasileiro. No final de 1999, por exemplo, as exportações de petróleo representavam apenas 1,0% das exportações brasileiras e em julho último essa participação subiu para 7,15%. A reversão nos com a compra de petróleo e derivados ? o gasto líquido em julho ficou em US$ 59 milhões ? resulta diretamente do aumento da produção da Petrobrás, além da fraca demanda do mercado interno. O diretor da Petrobrás está satisfeito com o aumento da produção, mas considera que o ideal seria atender a demanda interna. ?Se o mercado interno não absorve, a empresa tem de exportar?, observou em entrevista ao grupo Estado. E ele afasta a hipótese de que o aumento da produção possa exaurir as reservas provadas da estatal. ?A nossa previsão é que chegaremos em 2005 com 11,7 bilhões de barris de petróleo de reservas provadas?, disse Oliveira. Isso significa um aumento de mais de um bilhão de barris em relação aos níveis vigentes no final do ano passado, além de compensar os cerca de 600 milhões de barris consumidos anualmente. Ele acredita de que o aumento das reservas será alcançado com base nos trabalhos exploratórios que a empresa já fez nos blocos que possui na bacia continental. Oliveira lembra que a estatal recebeu 115 blocos da ANP em 1999 quando acabou a reserva de mercado no setor de petróleo para a Petrobras. A estatal optou por fazer trabalhos exploratórios nesses blocos, sem avançar para transformar as descobertas iniciais em reservas provadas, o que só agora está sendo feito. A empresa devolveu 25 blocos à ANP e concentrou o trabalho exploratório em 90 blocos, considerados mais promissores. Há dois meses a estatal anunciou a descoberta do campo gigante Jubarte, no litoral do Espírito Santo, no total de 600 milhões de barris. A estratégia da empresa é chegar em 2005 com a relação reservas provadas/produção se situando em torno de 15 anos. Segundo Oliveira, as grandes petrolíferas têm relação em torno de 13 e a relação atual da Petrobrás é 18 anos, mas ele não vê problema em reduzir esse patamar, que ainda será confortável. Ele não acredita que o aumento da produção possa ser prejudicado pelas dificuldades de acesso ao mercado financeiro internacional. Segundo ele a Petrobrás tem conseguido financiar os seus investimentos com os recursos gerados internamente.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.