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Exportações de plataformas reduziram déficit das contas externas

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Por Fabrício de Castro e Eduardo Rodrigues
Atualização:

O chefe do departamento econômico do Banco Central, Tulio Maciel, avaliou nesta terça-feira, 20, que o déficit de transações correntes de US$ 878 milhões em novembro foi menor que o esperado pela autoridade monetária, que estimava um saldo negativo de US$ 1,7 bilhão. "A exportação de plataformas de petróleo elevou o resultado. Então, de fato, a balança comercial foi que surpreendeu positivamente", avaliou. "Tivemos um resultado cerca de US$ 2 bilhões melhor que o de novembro do ano passado, quando o déficit foi de US$ 2,948 bilhões", completou.

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Com isso, foi mantido o desenho de resultados interanuais melhores para o setor externo. Maciel adiantou que a projeção do BC para déficit em dezembro é de US$ 4,2 bilhões. Dessa forma, o saldo de transações correntes encerraria o ano em US$ 22 bilhões.

"Dezembro é um mês que sazonalmente tem um déficit mais amplo. Ano passado o déficit em dezembro foi de US$ 2,4 bilhões, mas foi atípico devido a um superávit muito elevado na balança comercial naquele mês", detalhou.

IDP parcial

O chefe do departamento econômico do Banco Central avaliou que a entrada de Investimentos Diretos no País (IDP) de US$ 8,752 bilhões em novembro também superou as expectativas da autoridade monetária, que projetava uma entrada de US$ 6,5 bilhões no mês.

"Em dezembro esperamos a entrada de US$ 6,3 bilhões em IDP, sendo que US$ 4,4 bilhões já entraram até o dia 16 deste mês", adiantou.

O ingresso de IDP no ano, estimado em US$ 70 bilhões, será equivalente a 3,9% do PIB, enquanto a projeção de déficit nas transações correntes em 2016 é de 1,2% do PIB. "Nas últimas semanas os ingressos de IDP mostraram crescimento maior, mas isso é errático. A projeção de US$ 70 bilhões está mais para conservadora, e é possível que tenhamos um pouco mais", completou.

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Conta de serviços

Maciel destacou que o déficit na conta de serviços acumula uma queda de 21% entre janeiro e novembro na comparação com o mesmo período do ano passado. "No ano passado esse saldo negativo já tinha caído 23%. É o segundo ano consecutivo de queda, e antes disso só havia registro de recuo em 2003", citou.

Segundo ele, após esse recuo, nos últimos meses de 2016 já começa a ser observada uma certa estabilidade interanual. "Na conta de viagens internacionais, vemos uma redução de 30% na despesas líquidas no acumulado deste ano. Mas, na variação mensal, desde agosto essas despesas estão aumentando novamente, com um crescimento de 45% em novembro na comparação com o mesmo mês de 2015", detalhou.

Maciel lembrou que essa conta é influenciada pela taxa de câmbio, que está em alta, pela renda das famílias, que está em queda, e pela confiança, que ainda não se recuperou.

Em dezembro até o dia 16, as despesas líquidas com viagens somam US$ 540 milhões, com receitas de US$ 243 milhões e despesas de US$ 784 milhões. "A projeção é de um crescimento de 51% das despesas líquidas com viagens em dezembro", completou.

Remessas estão baixas

Maciel destacou ainda que a conta de rendas em 2016 está similar à de 2015. Entre janeiro e novembro a saída nessa conta é de US$ 34,261 bilhões, próxima da saída de US$ 35,902 bilhões do mesmo período do ano passado.

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Ele citou que os envios de US$ 13,273 bilhões de lucros e dividendos nos primeiros 11 meses do ano estão em um patamar historicamente baixo. "Em outro períodos históricos isso já atingiu mais de US$ 55 bilhões, então são valores relativamente baixos em 2015 e 2016. A explicação é a própria atividade econômica, com menos lucratividade para as empresas", explicou.

Em dezembro, até o dia 16, as despesas com juros foram de US$ 1,559 bilhão, enquanto as remessas de lucros e dividendos somaram US$ 2,339 bilhões.

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