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Exportações dobraram de importância entre itens industriais

No mesmo dia em que o IBGE divulgou seu estudo, duas notícias importantes confirmaram a tendência apontada. A Embraer recebeu uma encomenda da US Airways de jatos no valor de US$ 2,1 bilhões ? sendo que a encomenda total pode chegar a R$ 6,1 bilhões. E o Estaleiro BrasFels (antigo Verolme) recebeu encomenda para a construção de duas embarcações de apoio a plataformas de petróleo.

Por Agencia Estado
Atualização:

As exportações praticamente dobraram sua importância entre os 100 maiores produtos industriais entre os anos de 1998, último ano antes da flutuação do câmbio, e 2001. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) observou que, quando confronta os dados do grupo dos 100 maiores produtos em exportação com o dos 100 maiores produtos industriais em vendas, o primeiro representava apenas cerca de 11% das vendas do segundo em 1998. O peso do grupo das exportações, porém, subiu para 19% das vendas dos 100 maiores produtos industriais em 2001. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Anual por Produto (PIA-Produto), que está sendo divulgada hoje pelo IBGE. Aviões, petróleo e celulares Os setores de aviões, petróleo e telefones celulares são os maiores responsáveis pelo aumento da importância relativa das exportações nas vendas da indústria entre 1998 e 2001. O avião, principal produto de exportação brasileiro já em 2001, não aparecia na lista dos 100 produtos mais exportados em 1998. O item "Óleos brutos de petróleo" não aparecia entre os 100 mais exportados e nem entre os 100 maiores produtos industriais em vendas em 1998. Mas em 2001 ocupou, respectivamente, o 16º e o 31º lugares de cada ranking. Os telefones celulares subiram do lugar de número 138 para o 10º nas vendas de produtos industrias internas no período de três anos. Na lista das principais exportações, os celulares saltaram da 86ª para a 12ª posição. O chefe do Departamento da Indústria do IBGE, Sílvio Sales, lembra que as exportações de celulares se beneficiaram do grande aumento do consumo interno, que gerou ganhos de escala, com produtos mais baratos e de maior competitividade. "Este é um setor que importa muito também", lembra Sales, referindo-se aos componentes eletrônicos dos celulares. Participação de São Paulo A participação de São Paulo nas exportações totais do País não alcança 40%, sendo portanto, menor que o peso do Estado nas vendas industriais, em que responde por mais de 40% do total do Brasil. "Com toda essa abertura comercial, a economia brasileira ainda é muito fechada e São Paulo reflete isso", avalia o chefe do Departamento da Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Sílvio Sales. Comparando os números de cada Estado sobre a participação deles nas exportações e nas vendas industriais no País, o IBGE chegou a dois grupos - um dos estados que têm maior peso nacional como exportadores do que nas vendas industriais totais e outro em que ocorre o contrário, como São Paulo. No primeiro grupo se destacam o Pará, o Paraná e o Espírito Santo, o Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais e Santa Catarina. No segundo, estão estados como Rio de Janeiro, o Amazonas, Pernambuco, Goiás e Ceará.

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