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Exportações garantem lucro recorde no semestre

Levantamento com 161 empresas mostra que resultado operacional foi o melhor desde 98

Por Agencia Estado
Atualização:

O desempenho das empresas brasileiras no primeiro semestre deste ano surpreendeu o mercado, apesar do cenário econômico de recessão. Levantamento feito pela Economática, com 161 companhias de capital aberto, revela que o lucro operacional - resultado das receitas de vendas menos as despesas operacionais e custo dos produtos - foi o melhor desde 1998. Nos primeiros seis meses deste ano, os números avançaram 15,7% comparados ao mesmo período do ano passado. Uma das explicações é que as empresas decidiram explorar mais o mercado externo para suprir a estagnação da economia brasileira. Os setores de siderurgia e metalurgia e papel e celulose, por exemplo, que têm forte presença no mercado internacional, tiveram um aumento real (acima da variação do IGP-DI) na receita líquida de 23,4% e 20,1%, respectivamente. No levantamento, os resultados do ano passado foram corrigidos pelo IGP-DI até 30 de junho deste ano. Segundo o analista de investimento do HSBC Corretora, Fábio Zagatti, as empresas desses segmentos tiveram ganho de margem com a desvalorização cambial, mas também foram beneficiadas pelo aumento dos preços de seus produtos no mercado internacional. "Ficou mais barato adquirir os produtos brasileiros, que passaram a ter mais competitividade no exterior", explicou Zagatti. Conforme o levantamento da Economática, a margem operacional das companhias subiu de 14,96% para 16,87%. Segundo o presidente da consultoria, Fernando Exel, o aumento desse índice mostra um crescimento da eficiência das empresas. "Elas gastaram menos para fabricar seus produtos, compraram matéria-prima barata e venderam por um valor maior, o que significa recomposição de margem", explica ele. Os campeões na melhora do índice no semestre foram, por ordem, papel e celulose (aumento de 10,35%), siderurgia e metalurgia (7,74%) e mineração (5,59%). O lucro líquido das empresas também avançou bastante no semestre, revertendo o prejuízo de R$ 3,8 bilhões, no primeiro semestre de 2002, para resultado positivo de R$ 15,7 bilhões, em 2003. Esses números, no entanto, não são a melhor forma de avaliar o desempenho das companhias no período, explica Exel. Isso porque embutem a despesa financeira, como os juros e a variação cambial. O levantamento da Economática não incluiu Petrobrás nem Eletrobrás. Segundo Exel, os números das duas empresas poderiam distorcer o resultado das demais companhias.

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