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Exportações motivaram crescimento do PIB industrial

Por Agencia Estado
Atualização:

O crescimento do PIB industrial de 2,98% no terceiro trimestre de 2002 em comparação ao mesmo período do ano passado, divulgado nesta sexta-feira pelo IBGE, se deve em parcela considerável ao aumento das exportações das indústrias, segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Carlos Delben Leite. Ele ressalva que a base de comparação do ano passado é ruim, já que o Brasil sofria com a desaceleração econômica mundial, crise argentina e racionamento de energia elétrica. "As exportações contribuíram muito. O próprio setor de máquinas teve um comportamento relativamente bom esse ano", afirma. Segundo ele, embora as vendas para a Argentina, que chegaram a atingir em 2000 US$ 788 milhões, tenham caído 71% na comparação com aquele ano, as exportações do setor de bens de capital deverão fechar esse ano entre 2% e 3% em relação a 2001, em termos globais. "Isso é resultado do esforço das empresas na busca de novos mercados e expansão de vendas para aqueles que já mantinham relacionamento comercial. Aumentamos vendas para México, Venezuela e ingressamos em Índia, África, China e Oriente Médio", diz. Segundo ele, esse comércio exterior do Brasil com os demais parceiros ainda precisa ser melhorado nos próximos anos. Embora informe o nível das encomendas das indústrias de máquinas estejam em queda e com desempenho fraco em 2002, o dirigente empresarial disse que "está iniciado um período de melhora da confiança". Inflação Na avaliação do presidente da Abimaq, essa melhora também se refletirá no câmbio, favorecendo a interrupção nos próximos meses da alta do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), que ficou em 5,2% em novembro na comparação com o mesmo mês de 2001. "O IGP-M de novembro foi claramente um resultado da evolução do câmbio, que atingiu não apenas os produtos importados, mas também os nacionais, com insumos com preços cotados internacionalmente", diz. "Agora, com o equilíbrio do dólar, os preços vão se acomodar e, já no próximo mês, o IGP-M deve recuar." Outra justificativa do empresário para que o IGP-M e a inflação não cresçam nos próximos meses é a de que a demanda no mercado brasileiro está baixa. Ele reconhece que alguns setores, como o siderúrgico, não enfrentam problema de demanda e mantêm os preços atrelados ao mercado internacional e se sentem à vontade para aplicar novos reajustes. Nesse caso, Delben Leite sugere que o governo brasileiro adote algum mecanismo para impedir que os fabricantes de aço, por exemplo, que têm forte impacto nos custos das indústrias de bens de capital, continuem aumentando os preços. "Já enviamos uma carta ao governo federal para que imponha um imposto de exportação às siderúrgicas brasileiras de 20% ou 30% para que abasteçam o mercado interno. Outra alternativa é de reduzir a zero a alíquota do Imposto de Importação do aço dos outro s países", afirma. "Só assim teremos o mercado interno regulado. Cabe ao governo agir com eficácia e impedir a escalada inflacionária".

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