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Exportações pressionam indústria de SP em agosto

Por VANESSA STELZER
Atualização:

A atividade da indústria paulista caiu em agosto pela primeira vez desde fevereiro, mas o comportamento do mês passado não muda a tendência de recuperação gradual do setor após a crise global. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) informou nesta terça-feira que a atividade recuou 0,8 por cento em agosto sobre julho, com ajuste sazonal, por conta principalmente do efeito do real valorizado sobre as exportações. Sem ajuste, houve alta de 2,7 por cento do Indicador do Nível de Atividade (INA). Em relação a agosto do ano passado, o índice declinou 7,4 por cento. "Não é uma quebra na tendência de recuperação... A recuperação existe, está em curso. O que esse 0,8 (por cento de queda) nos diz é que talvez o vigor dela não é tão grande, devido às exportações", afirmou Paulo Francini, diretor econômico da Fiesp. Um indicador antecedente sobre o setor em setembro dá suporte a essa visão de que a retomada continua, ao atingir a melhor leitura da série histórica. Segundo Francini, a valorização do real contribuiu para uma queda no valor das exportações da indústria paulista, ajudando a abater a atividade no mês. As vendas nominais recuaram 0,8 por cento na comparação mês a mês com ajuste sazonal, sendo que as exportações menores foram responsáveis por 0,6 ponto percentual dessa queda, disse Francini. O Sensor, pesquisa da Fiesp que funciona como um indicador antecedente para medir o humor do industrial no mês corrente, subiu para 57,8 pontos em setembro, ante 53,8 em agosto. Foi o dado mais alto da série histórica iniciada em junho de 2006. Todos os cinco componentes do índice --mercado, vendas, estoque, emprego e investimento-- aumentaram entre agosto e julho. Ainda assim, o setor encerrará o ano com queda recorde, em torno de 7 por cento. Dessa previsão de Francini, as exportações menores são responsáveis por 8 pontos --ou seja, o mercado interno terá contribuição positiva, ainda que tímida. Em 2008, a indústria paulista cresceu 4,2 por cento. A Fiesp informou que em agosto o uso da capacidade instalada na indústria, com ajuste sazonal, caiu para 80,1 por cento, ante 81 por cento em julho e 82 por cento em igual mês de 2008. Apesar do movimento aliviar eventuais pressões inflacionárias, Francini disse que o dado de um mês pode ser volátil e que é melhor observar um conjunto de informações, que indicam retomada desse componente mas sem preocupações ainda.

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