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Exportadores brasileiros conquistam novos mercados

Vendas para regiões não tradicionais compensam queda no comércio internacional

Por Agencia Estado
Atualização:

A "substituição de exportações" está ajudando a salvar a balança comercial brasileira. Muitas empresas que perderam terreno na Europa, Argentina ou outros países da América do Sul estão redirigindo suas vendas para mercados pouco explorados. De janeiro a agosto, as exportações aumentaram 49,3% para os Emirados Árabes Unidos, 47,7% para a Nigéria e 82,6% para a Índia. Ainda que o superávit comercial brasileiro, acumulado nos últimos 12 meses em US$ 8,222 bilhões, se deva principalmente à redução de 17,3% nas importações, a conquista de novos mercados está efetivamente dando impulso às vendas externas do País. No mesmo período, as exportações ainda estão em queda de 1,2%. Mas os mercados não-tradicionais estão ajudando o Brasil a minimizar o baque da derrocada argentina, da queda nos preços dos produtos vendidos pelo Brasil e da desaceleração no comércio mundial. "Essa expansão deve-se essencialmente à coragem das empresas para diversificar mercados, que é uma coisa custosa, mas que traz retorno", diz José Augusto de Castro, diretor da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Mas Castro tem ressalvas: segundo ele, grande parte do crescimento nas vendas está concentrado em produtos básicos, como petróleo para Índia e Caribe. "Crescimento na venda de produtos básicos não significa uma maior competitividade do País, mas sim melhora no preço de commodities e outros fatores externos." Com isso, completa Castro, o País continua sem incrementar a exportação de bens manufaturados. Entre setembro de 2001 e setembro deste ano, a exportação de produtos básicos cresceu 4,36%, a de semimanufaturados aumentou 2,66% e as vendas externas de manufaturados caíram 4,88%. "Mesmo assim, a agilidade das empresas para substituir os destinos de exportação precisa ser reconhecida." Isso evitou que a situação argentina causasse estragos maiores. A diminuição das exportações para o nosso maior parceiro comercial na América do Sul representou 89,6% da redução total nas vendas externas brasileiras. Em comparação com janeiro a agosto de 2001, as vendas para a Argentina recuaram 62%, o equivalente a uma perda de receita de US$ 2,3 bilhões.

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