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Exportadores de frango cobram ministro sobre rejeição do Canadá

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Agricultura, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, prometeu nesta terça-feira à direção da Associação Brasileira das Empresas Exportadoras de Frango (Abef) que irá interceder com o governo do Canadá para que as autoridades sanitárias daquele país retomem as importações brasileiras de peito de frango. Segundo o diretor-executivo da entidade, Cláudio Martins, a Abef denunciou ao ministro que os Estados Unidos ameaçaram vetar o ingresso de frango canadense no mercado norte-americano, caso o Canadá mantivesse as importações do produto brasileiro. Como consequência dessa pressão, dois navios com 50 mil toneladas do produto, já retornaram aos portos brasileiros. Martins disse que o Canadá mantém uma cota anual de importação de peito de frango de 75 mil toneladas (o equivalente a 7,5% da sua produção local), o que corresponde a US$ 300 milhões a preços atuais. Atualmente, essa cota é preenchida integralmente pelos Estados Unidos, mas poderia ser aberta a outros fornecedores, desde que fosse firmado um acordo sanitário para esse fim. O acordo com o Brasil foi firmado no início de agosto, em Roma, por ocasião da reunião da Organização para Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO). A alegação dos Estados Unidos para pressionar o Canadá a romper o acordo sanitário com o Brasil, é de que a doença de "new castle" (febre que atinge as aves) ainda não foi erradicada no País. Cláudio Martins disse que, embora ainda não exista reconhecimento oficial do Comitê Internacional de Epizootias (OIE) de que a doença foi erradicada - o que deverá ocorrer em cerca de 60 dias -, há mais de cinco anos não há registros da moléstia nas regiões produtoras de frango no Brasil. Esta é a segunda barreira imposta por países estrangeiros para brecar a ampliação das exportações nacionais de frango. Martins lembrou que, no dia 28 de outubro, a União Européia aumentou o imposto de importação do peito de frango brasileiro - sob a alegação de mudança na nomenclatura -, de 15% para 75%. "Na realidade, o que eles temem é a competitividade do frango brasileiro", afirmou. No dia 18 próximo haverá a primeira consulta formal à Organização Mundial do Comércio (OMC), a pedido do Brasil, para que a União Européia justifique a razão pela qual aumentou a tarifa das importações de frango brasileiro.

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