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Exportadores já usaram 30% de recursos do FAT

Por Agencia Estado
Atualização:

Os exportadores já utilizaram 30% dos R$ 2 bilhões (ou cerca de US$ 640 milhões) do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) liberados em caráter emergencial pelo BNDES há 20 dias para compensar a falta de crédito para as vendas externas das empresas do País. O presidente do banco, Eleazar de Carvalho, explicou nesta segunda-feira que US$ 200 milhões já foram liberados em 90 operações, cada uma com valor médio de US$ 2,2 milhões. Segundo ele, os recursos estão sendo liberados cerca de cinco dias após a solicitação. A expectativa é que o total da linha emergencial esteja nas mãos dos exportadores até o final de outubro. Eleazar explicou que o financiamento está sendo utilizado por empresas de vários portes e está cumprindo o objetivo de suprir em parte a falta de crédito nos bancos privados. O presidente do BNDES participou da abertura do Fórum Interamericano da Microempresa, que está sendo realizado até esta quarta-feira no Riocentro, e informou também que está negociando com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) a prioridade às exportações na utilização dos recursos liberados pela instituição de fomento internacional para o banco brasileiro. O BID já assegurou o deslocamento de US$ 1 bilhão para apoio a projetos de micro, pequenas e médias empresas, via BNDES, ao longo de 2003. A discussão entre os dois bancos agora é quanto desse total será destinado ao financiamento das exportações. O presidente do BID, Enrique Iglesias, que também esteve no Fórum, disse que o banco vinha reduzindo os financiamentos às exportações nos últimos anos, deixando o crédito para esse fim a cargo do setor privado. Porém, a redução do crédito às exportações nos países emergentes está levando a instituição a rever esse princípio e a deslocar recursos de outros programas para as vendas externas, como deverá ocorrer no caso do BNDES. Eleazar explicou que, normalmente, a maior parte dos recursos do BID têm sido voltados para projetos sociais, incluindo iniciativas na área de microcrédito. Neste ano, o banco interamericano liberou US$ 900 milhões para o BNDES para programas de apoio às micro e pequenas empresas. Desse total, segundo Eleazar, o banco brasileiro já sacou US$ 450 milhões e não há data prevista para o recebimento do restante dos recursos, sempre vinculado à conclusão dos contratos de novos financiamentos pelo BNDES. Iglesias observou que ?é fundamental para o Brasil encontrar o equilíbrio entre a realização das grandes reformas e uma maior participação da sociedade no processo, através dos microempresários?. Segundo ele, o País, assim como outros da América Latina, priorizou a conquista da estabilidade econômica na década de 90, mas a partir de agora ?deve se preocupar com as coisas micro, pequenas?. Segundo ele, o compromisso do BID com as microempresas na América Latina ?vai continuar crescendo?. No caso do Brasil, ainda segundo Iglesias, o apoio prosseguirá independentemente do resultado das eleições presidenciais deste ano. Ele disse apoiar "governos eleitos democraticamente, e assim, o próximo governo será apoiado por nós". A afirmação foi feita em resposta à pergunta de um repórter sobre se o BID continuaria a apoiar o País mesmo em caso de vitória da oposição.

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