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Exterior influencia, mas Petrobrás define perdas da Bovespa

Por Alessandra Taraborelli
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Cenário: A reação dos investidores do mercado de renda variável ao anúncio do reajuste de combustíveis feito pela Petrobrás na sexta-feira foi a venda dos papéis da companhia ontem. A interpretação foi que os valores de 7,83% para a gasolina e de 3,94% para o diesel são insuficientes para diminuir a distorção entre preços internos e externos. Para piorar, o Plano de Investimentos da estatal apresentado ontem não agradou. Isso, somado à deterioração do cenário internacional, colocou o Ibovespa de volta aos 53 mil pontos, patamar que não visitava desde o início do mês. A queda foi de 2,95%, o que faz a Bolsa acumular perda de 1,25% no mês e de 5,19%, no ano. O giro financeiro ficou em R$ 4,6 bilhões, o pior desde 28 de maio (R$ 3,145 bilhões). As ações da Petrobrás estiveram entre as mais penalizadas do dia: o papel ON da petroleira caiu 8,33% e o PN, 8,95%.Lá fora, os mercados retomaram ontem um clima de incertezas e insegurança que castigou os ativos de risco. Os analistas e investidores duvidam que uma conclusão prática e eficaz seja conseguida na reunião de cúpula da União Europeia, marcada para as próximas quinta-feira e sexta-feira. Além disso, a aversão ao risco foi fortalecida por diversos outros fatores, como a renúncia do ministro das finanças da Grécia, o pedido de ajuda da Espanha para recapitalizar seus bancos e o fato de o Chipre ser o quinto país do bloco a precisar de um resgate internacional, após Grécia, Portugal, Irlanda e Espanha. Por fim, o rumor de que os bancos espanhóis teriam suas notas de risco rebaixadas foi confirmado pela Moody's após o fechamento dos mercados e afetou 28 instituições.As taxas de juros futuros caíram com essa piora internacional, mas também por causa das reduções nas estimativas de inflação e de atividade captadas pela pesquisa Focus. O IPCA saiu de 5% para 4,95% neste ano. O PIB foi ajustado de 2,30% para 2,18% em 2012. Nesse ambiente, a precificação mostrada pelos contratos de juros para a taxa básica de juros, a Selic, já se aproxima do patamar estimado pelos analistas na Focus, de que terminará o ano em 7,50%. O dólar também foi influenciado pelo cenário externo, mas as expectativas sobre o anúncio de uma operação para rolagem do vencimento de contratos de swap cambial - equivalentes à venda de dólar no mercado futuro -, que vencem no próximo dia 1º de julho, roubaram a força da moeda norte-americana. No fim do dia, o dólar à vista no mercado de balcão ficou em R$ 2,0660 (+0,05%).

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