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Fábrica da chinesa Foton no Rio deve ter financiamento de até 80% do BNDES

Por SABRINA VALLE e RIO
Atualização:

A primeira fábrica no Brasil da montadora chinesa de caminhões Foton Motors Group contará com até 80% de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), segundo a empresa. O investimento na primeira fase, com inauguração marcada para 2015, é de R$ 250 milhões e será realizado via Foton Aumark do Brasil, companhia brasileira que hoje importa e distribui caminhões do grupo chinês. O Rio de Janeiro planeja dar até R$ 250 milhões em incentivos econômicos, ao longo de dez anos, para abrigar a montadora, empresa privada fundada em 1996 em Pequim e que fabrica cerca de 750 mil caminhões por ano. O Rio venceu a concorrência para receber o investimento com Estados como Rio Grande do Sul, São Paulo e Bahia. O vice-presidente corporativo da Foton Brasil, Orlando Merluzzi, disse que "a rapidez e a firmeza" do Estado pesaram mais na decisão do que os incentivos concedidos.O investimento estava programado para 2018, mas foi antecipado para ser enquadrado no Inovar-Auto. O programa, criado para atrair montadoras estrangeiras, isenta as empresas dos 30 pontos porcentuais de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos importados. Sócio. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Rio de Janeiro, Júlio Bueno, disse que o Rio entrará como sócio do empreendimento, dentro de um limite de até 30%. O porcentual variará de acordo com a necessidade do projeto. Será uma forma de viabilizar o investimento e aportar capital até que a liberação do financiamento saia, diz. Segundo ele, este será também um investimento para o Estado. Bueno espera poder vender a participação com lucro entre três a cinco anos depois da aquisição, o que diz já ter feito anteriormente com outra montadora, com sucesso.O pedido de financiamento ao BNDES ainda não foi feito. Hoje, Merluzzi tem audiência no Ministério de Desenvolvimento, em Brasília, para enquadrar a empresa no Inovar-Auto.O Rio também ofereceu R$ 25 milhões para compra do terreno, além de ofertar benefícios fiscais. Merluzzi contou que o primeiro caminhão está programado para sair da planta em outubro de 2015. Terá, segundo ele, um acabamento interno que se aproxima do de automóveis de passeio. A capacidade da primeira fase será para 20 mil caminhões leves por ano em um turno, segundo antecipou o Estado na edição de sábado. Até o início da produção, a empresa poderá importar até 5 mil caminhões com isenção de IPI, um benefício do Inovar-Auto para estimular a vinda de estrangeiras para o País. Bueno destaca que a arrecadação de ICMS da importação será feita pelo Rio, beneficiando o Estado, e que todos os incentivos econômicos se pagarão com folga em retorno de longo prazo.As primeiras unidades sairão com apenas 15% de conteúdo nacional, já que boa parte das peças virá da China. A meta é ampliar esse índice para entre 60% e 65% ao longo de dois anos e meio. A cabine virá pintada e praticamente pronta da China, sendo acrescentados itens como vidros e bancos. Durante o período de construção da fábrica, que será nos municípios de Seropédica ou Itatiaia, em local a ser escolhido, a expectativa é de espalhar 90 concessionárias da marca pelo Brasil. Merluzzi disse que uma segunda fase está programada para 2018, com ampliação para caminhões pesados e extrapesados e possibilidade de instalação de outras empresas fornecedoras no local. Poderão ser produzidas até 50 mil unidades ao ano, disse. O investimento previsto não foi divulgado. "Há preconceito contra o produto chinês, mas isso é falta de informação. Nossos caminhões são uma commodity", disse, sobre o uso de máquinas de fornecedores internacionais que considera de primeira linha.

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