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Facebook lidera a maior onda de IPOs desde 1999

Em 2012, empresas de internet devem captar US$ 11 bilhões, maior valor desde o estouro da bolha de tecnologia

Por BLOOMBERG NEWS
Atualização:

Facebook e Yelp devem ser o destaque de 2012, o ano com mais ofertas públicas iniciais (IPOs) de empresas de internet previstas nos Estados Unidos desde 1999. A indústria de internet pode captar US$ 11 bilhões no ano que vem, de acordo com dados reunidos pela Bloomberg. Tudo isso graças a eventos como o planejado IPO do Facebook, que deve ser a maior oferta pública inicial associada à internet em todos os tempos. Mas o movimento não para por aí. Registros regulatórios mostram que pelo menos 14 outras empresas da web estão planejando vendas. O volume a ser captado seria o maior desde os US$ 18,5 bilhões em IPOs de 1999, pouco antes do estouro da bolha das pontocom. O aumento na volatilidade das ações e a crise de endividamento na Europa, porém, podem afetar o ritmo dos IPOs globais, que em 2011 tiveram declínio de 38%. Até as empresas da internet podem reduzir as avaliações do preço de suas ofertas, uma vez que a Zynga, maior desenvolvedora de jogos para o Facebook, e a Pandora, empresa de rádio na internet, perderam valor após a venda de suas ações este ano. "A tecnologia ainda é um setor em que se pode conseguir desempenho acima da média no contexto de um mercado enfraquecido", diz David Erickson, diretor de mercados globais de capital para o banco Barclays. As ofertas públicas iniciais captaram US$ 155,8 bilhões em 2011, ante US$ 252 bilhões em 2010. Os IPOs de empresas americanas captaram US$ 38,8 bilhões, número aproximadamente 10% inferior ao registrado em 2010, de acordo com os dados da Bloomberg. Na Ásia, os IPOs desse ano captaram US$ 79,2 bilhões, menos da metade dos US$ 176,5 bilhões de 2010. Na Europa, o saldo anual é positivo. Mas, se considerados os IPO feitos somente a partir de agosto, houve recuo de mais de 95% no volume captado em relação ao patamar registrado um ano antes. Tudo em decorrência do agravamento da crise de endividamento e do rebaixamento da classificação de crédito dos EUA, que diminuíram a confiança dos mercados globais. Liderança. Pelo segundo ano seguido, o Morgan Stanley cuidou da maior parte dos IPOs tanto nos Estados Unidos quanto no restante do mundo depois de trabalhar nas vendas iniciais de ações da Glencore International, HCA Holdings e Michael Kors Holdings. O porta-voz do banco em Nova York não quis fazer comentários. O banco foi também o principal subscritor dos IPOs da Zynga e da Pandora. O declínio no preço das ações dessas empresas após a sua estreia pública pode levar a uma análise mais cuidadosa dos valores atribuídos às empresas em 2012, diz James Krapfel, analista da Morningstar. "No futuro, os investidores vão analisar os números com mais frieza, buscando sinais de lucro expressivo e crescimento robusto nos lucros", afirma Krapfel. As reservas e encomendas feitas à Zynga este ano - indício do futuro lucro da empresa - aumentaram a um ritmo menos acelerado, sugerindo que o preço estabelecido para a oferta pública inicial da empresa teria sido alto demais, de acordo com a Morningstar. A Zynga, que captou US$ 1 bilhão na sua oferta pública inicial este mês, perdeu desde então 2,5% do seu valor depois de ter seu valor de mercado avaliado em três vezes o da rival Electronic Arts. A Pandora perdeu 36% do seu valor desde a oferta pública inicial de 14 de junho. O Facebook examina a possibilidade de uma oferta de US$ 10 bilhões que levaria o valor de mercado da empresa a passar de US$ 100 bilhões, conforme comenta-se no mercado. Em 2012, as vendas do Facebook podem aumentar de 52% a 62% em relação aos US$ 4,27 bilhões projetados para este ano por conta do aumento no lucro obtido com anúncios, de acordo com Debra Aho Williamson, analista da EMarketer. Na indústria como um todo, o mercado de exibição de anúncios pode crescer 24% neste ano, chegando a US$ 12,3 bilhões. "IPOs das empresas de tecnologia costumam proporcionar um crescimento real, e os investidores ficam muito animados, num momento em que não conseguem encontrar crescimento no mercado como um todo", afirma J.D. Moriarty, diretor do Bank of America.

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