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Fala de Bush mantém mercados cautelosos

Os mercados se guiaram pelo pronunciamento do presidente dos Estados Unidos na ONU, que foi um ultimato a Saddam Hussein. A guerra não vem já, mas mantém os investidores cautelosos.

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois das comemorações do 11 de setembro, os mercados mantiveram-se apreensivos pela possibilidade de novos ataques terroristas no ocidente, mas principalmente pelo ultimato dado pelo presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, ao governo iraquiano. O mercado entendeu que a guerra não vem já, os EUA fizeram uma série de exigências ao Iraque, mas ainda buscam o aval da Organização das Nações Unidas (ONU) para legitimar uma ação militar no Oriente Médio. Também foi importante o pronunciamento do presidente do Fed - banco central norte-americano -, Alan Greenspan, para o Congresso dos EUA. Os últimos dados econômicos mostram uma recuperação muito frágil e inconsistente da economia. Ele também disse que se o país adotar uma política de déficits públicos constantes, os juros terão de subir. Mas exortou Bush a não esquivar-se de suas decisões estratégicas e militares por causa da economia, mesmo porque uma guerra curta não deve ter grandes efeitos. Na Europa e nos Estados Unidos, as bolsas voltaram a apresentar quedas fortes. No Brasil, o pessimismo só não foi maior por conta das intervenções do Banco Central (BC) no mercado de câmbio. Foram vendidos US$ 50 milhões em linhas externas sem compromisso de repasse a exportadores e US$ 43,9 milhões em leilão de moeda estrangeira vinculado ao financiamento às exportações. Ainda assim, o dia foi de cautela e cotações mais pessimistas. Os investidores também continuam apreensivos com a sucessão presidencial. O candidato favorito dos mercados, José Serra (PSDB/PMDB) consolidou-se em segundo lugar, mesmo com o resultado menos favorável divulgado hoje pelo Vox Populi. Mas Ciro Gomes (Frente Trabalhista) ainda pode reagir, e ainda há o temor de que Luiz Inácio Lula da Silva, disparado em primeiro lugar, vença as eleições já no primeiro turno. Mercados O dólar comercial foi vendido a R$ 3,1260 nos últimos negócios do dia, em alta de 0,68% em relação às últimas operações de ontem, oscilando entre R$ 3,1100 e R$ 3,1310. Com o resultado de hoje, o dólar acumula uma alta de 34,97% no ano e queda de 0,76% nos últimos 30 dias. No mercado de juros, os contratos de DI futuro com vencimento em janeiro de 2003 negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros pagam taxas de 20,390% ao ano, frente a 20,330% ao ano ontem. Já os títulos com vencimento em julho de 2003 têm taxas de 22,870% ao ano, frente a 22,620% ao ano negociados ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 0,10% em 10172 pontos e volume de negócios fraco, de R$ 336 milhões. Com o resultado de hoje, a Bolsa acumula uma baixa de 25,08% em 2002 e alta de 4,62% nos últimos 30 dias. Das 50 ações que compõem o Ibovespa - índice que mede a valorização das ações mais negociadas na Bolsa -, o número de altas e baixas ficou equilibrado. Mercados internacionais Em Nova York, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em queda de 2,35% (a 8379,4 pontos), e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - caiu 2,72% (a 1279,68 pontos). Às 18h, o euro era negociado a US$ 0,9820; uma alta de 0,67%. Na Argentina, o índice Merval, da Bolsa de Valores de Buenos Aires, fechou em alta de 2,23% (394,75 pontos). Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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