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Falta coerência às políticas do Brasil, diz economista de Harvard

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Por Fernando Dantas
Atualização:

O economista Ricardo Hausmann, da Universidade Harvard, disse ontem, no Fórum Econômico Mundial no Rio, que a "economia brasileira tem um limite de velocidade muito baixo" e que "o problema do Brasil é a falta de coerência nas políticas macroeconômicas". As declarações foram feitas por Hausmann pouco antes de assumir o papel de mediador num debate do qual participou Luciano Coutinho, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Na discussão, Hausmann repetiu as críticas, mas num tom mais moderado.Segundo Hausmann, o fato de que a economia brasileira está superaquecendo com um ritmo de crescimento de 4% ao ano é sinal do baixo limite de velocidade. Coutinho rebateu dizendo que o sobreaquecimento ocorreu enquanto a demanda se expandia a um ritmo anual de 10%, o que já não está ocorrendo.Uma das principais críticas de Hausmann é o fato de que o superávit primário não aumenta quando a economia cresce mais rápido. Dessa forma, os gastos crescem junto com a arrecadação, levando a uma política fiscal frouxa, e com investimento público muito baixo. Assim, a inflação sobe e o Banco Central é obrigado a praticar juros altíssimos, o que atrai capital, valoriza o real, e leva a medidas de controle de capital de baixa eficácia.

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