Entenda - A MP dos Portos ainda passará pelo crivo da presidente Dilma Rousseff antes de virar lei, mas já criou uma expectativa de modernização do sistema portuário brasileiro. Com o fim da exigência de carga própria para construção de terminais privados, a expectativa é que haja uma onda de investimentos no setor. Pelas contas do governo, seriam R$ 54 bilhões até 2017.
Na avaliação do diretor executivo do Centro Nacional de Navegação (Centronave), Claudio Loureiro de Souza, o sucesso ou não do novo marco regulatório ainda dependerá de como serão conduzidos o processo de regulamentação e os vetos da presidente Dilma Rousseff.
“Mas nossa visão é bastante otimista. Precisamos de mais ofertas de espaço e berços nos portos para eliminar os problemas de espera de navios para atracação.” Ele destaca que os navios cresceram muito nos últimos anos, enquanto o cais continuou do mesmo tamanho. “É como um shopping center com o estacionamento esgotado.”
Outro reflexo positivo esperado com a nova lei dos portos é o aumento da concorrência e, consequentemente, a melhoria dos níveis de eficiência dos portos brasileiro. Em recente apresentação feita em São Paulo, o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Pedro Brito, mostrou as diferenças entre o porto de Roterdã, na Holanda, e Santos, no Brasil. Enquanto o complexo europeu movimenta 434,6 milhões de toneladas de carga por ano, com 1.220 funcionários, o porto santista fazia 97 milhões de toneladas, com 1.360 trabalhadores. É esse tipo de ineficiência que o governo quer eliminar.