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Faltam profissionais de comércio exterior no Brasil

Por Agencia Estado
Atualização:

A se julgar pelo número de analistas de comércio exterior, o Brasil ainda tem muito a conquistar até poder contar uma equipe equivalente, em tamanho, às dos países industrializados. Segundo o presidente da Associação dos Analistas de Comércio Exterior, Mauro de Sousa Pinto, são 138 os especialistas em comércio internacional no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Países como Estados Unidos têm mais de 20 mil profissionais federais trabalhando em comércio exterior, número semelhante ao da União Européia. O México, que é considerado país emergente como o Brasil, conta com uma equipe, só para defesa comercial, de mais de mil técnicos. No Brasil, são cerca de 15 para a área de defesa. Também no setor privado, o esforço exportador brasileiro gerou uma grande demanda por analistas, que vêm sendo preparados por meio de cursos particulares, seminários e palestras. A carreira pública de analista de comércio exterior é nova, criada em 1997 pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. São hoje 138 profissionais para todas as áreas. A eles, devem se juntar mais 90, todos escolhidos por concurso público. O número de profissionais previsto pela lei que criou a função é de 280, mas mesmo com esse próximo concurso, não será atingido. O primeiro concurso foi feito em 1998 e, depois de aprovados, os candidatos fazem um curso de algumas semanas em comércio exterior dentro do próprio Ministério. Como ainda são poucos os cursos de nível superior, e a maioria deles é de administração de empresas com especialização em comércio externo, o que realmente vem crescendo nos últimos dois anos é a oferta de cursos rápidos, palestras e seminários que preparam tanto os já funcionários de empresas privadas quanto diplomados em diversas áreas para lidar com comércio exterior. Entre os cursos superiores oferecidos em São Paulo estão os de Unip (Universidade Paulista), Mackenzie, FMU e Ibero-Americana. É possível também se obter MBA em Comércio Internacional ou ainda se tornar analista do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, por meio de concurso público. Para tentar suprir a demanda por profissionais especializados, começa a florescer no Brasil uma verdadeira indústria de cursos, seminários, palestras e livros voltados para o comércio exterior. "Não há profissional de comércio exterior no Brasil, porque o conhecimento é bastante qualificado. Quem tem alguma especialização é rapidamente absorvido pelo setor privado", diz Joseph Michel Tutundijan, fundador e sócio-presidente da Escex, Escola Superior de Comércio Exterior. A Escex, criada em julho de 2000, oferece 20 cursos diferentes em comércio exterior, com carga horária variando de 8 a 60 horas. Os cursos são voltados para estudantes, empresários, funcionários de empresas que precisam de capacitação ou reciclagem na área externa ou empresas que preparam departamentos de comércio exterior, incluindo as pequenas e médias empresas que pretendem exportar. Entidades como Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) e Funcex (Fundação de Estudos de Comércio Exterior - RJ) oferecem periodicamente cursos de especialização em comércio exterior. O Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) oferece o seminário de Formação de Gerentes de Consórcio e de Projeto Setorial Integrado para atuar junto aos projetos da Apex (Agência de Promoção de Exportações). O analista em comércio exterior é especializado em política tarifária, organização estatística, organismos internacionais. Na carreira pública, com salário inicial de R$ 3.440,00 e o topo, pouco acima dos de R$ 7.000,00. Os analistas elaboram, implementam, avaliam e controlam as políticas de comércio exterior. A maioria dos profissionais dessa área vem dos cursos de Relações Internacionais, mas na equipe federal há químicos, físicos, engenheiros, advogados, dentistas e até professores de educação física. Os cursos, seminários ou palestras nessa área também incluem temas como defesa comercial, administração do Siscomex, dumping, desenvolvimento de estudos de mercados e produtos estratégicos para o aumento das exportações.

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