PUBLICIDADE

Família Fontana tenta despejar Fonseca de mansão da Transbrasil

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-presidente da Transbrasil Antônio Celso Cipriani, representante dos acionistas majoritários da família Fontana, iniciou nesta sexta-feira uma ofensiva para expulsar o empresário goiano Dílson Prado da Fonseca da Casa de Concórdia, mansão da Fundação Transbrasil localizada em um terreno de 20 mil metros quadrados num bairro nobre de Brasília. A "operação despejo", como está sendo chamada por funcionários da companhia, começou pelo corte das duas linhas telefônicas da residência. Na semana que vem, segundo uma fonte da companhia, serão efetuados cortes nos fornecimentos de água e energia. O funcionário da Transbrasil José de Ribamar, que trabalha na Casa de Concórdia, contou à reportagem da Agência Estado que Fonseca se instalou com a família no imóvel em 31 de janeiro, no mesmo dia em que o Conselho Administrativo o alijou da presidência-executiva da empresa. "Foi muito triste para nós, funcionários, ouvir esse homem tocar o piano de seu Omar (Fontana)", disse o funcionário, que desde 1988 mora em um dos anexos do imóvel. "Ele só veio complicar mais a situação da empresa." Uma semana antes de ocupar o imóvel, a Transbrasil havia anunciado a transferência, para Fonseca, de 76,21% das ações da companhia, pertencentes à família Fontana, por R$ 1. A transação foi anulada pelo juiz Paulo Nimer Filho, da 7ª Vara de Família de São Paulo, que também impediu a retirada das ações do espólio de Omar Fontana. Nem o Departamento de Aviação Civil (DAC) deu aval definitivo à troca de comando, que poderia livrar Cipriani da responsabilidade pelos atos à frente da empresa caso ela seja liquidada. Fonseca - que responde a processos por falta de pagamento de dívidas e tem nome incluído no Serviço de Proteção ao Crédito por não pagar sapatos comprados em Goiânia - garante que foi capaz de reunir US$ 25 milhões em recursos nos Estados Unidos para investir na empresa e ameaça processar os controladores da Transbrasil. Procurado pela Agência Estado, Fonseca não respondeu às solicitações de entrevista. Também nesta sexta-feira, a companhia enviou nota à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), informando sobre a saída de Fonseca da empresa e a permanência do controle nas mãos da família Fontana. O cargo de presidente-executivo, abandonado por Michel Tuma Ness no dia 4, continua vago.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.