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Famílias brasileiras gastam cada vez mais com o dia a dia

Os gastos obrigatórios ? habitação, alimentação, transporte ? levam cada vez uma maior parcela dos rendimentos dos brasileiros. Em um período de 30 anos, diminuiu três vezes a parcela dos rendimentos destinada a investimentos, como imóveis, por exemplo. É o que mostra a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) - 2002-2003. Veja o especial

Por Agencia Estado
Atualização:

As famílias brasileiras estão gastando cada vez mais com as chamadas "despesas correntes", que são as contas do dia-a-dia. De acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) - 2002-2003, divulgada hoje pelo IBGE, as despesas correntes representam 93,26% da despesa média mensal familiar, ante os 79,86% registrados no Estudo Nacional de Despesa Familiar (Endef) de 1974-1975. Com isso, sobra cada vez menos para os investimentos (em imóveis, por exemplo). Os valores destinados a investimentos ficaram, nesta última pesquisa, em 4,76% dos rendimentos das famílias. Eles já foram mais do triplo disso ? 16,50% em 1974/75. As despesas correntes podem ser de dois tipos. O primeiro são as despesas de consumo, que são as contas relacionadas à alimentação, transporte, saúde, habitação, vestuário, higiene e cuidados pessoais, assistência à saúde, educação, recreação e cultura, fumo, serviços pessoais e despesas diversas. O segundo tipo são as "outras despesas correntes", que são impostos, contribuições trabalhistas, serviços bancários, pensões, mesadas, doações, entre outros. O IBGE esclarece que esta elevação das despesas correntes nos gastos das famílias não é novidade e reflete uma tendência que já vinha sendo percebida nos resultados obtidos das POFs anteriores, referente aos anos de 1987-1988 e 1995-1996. No caso das despesas de consumo, elas passaram de 74,59% da despesa média mensal familiar, na pesquisa de 1974-1975, para 82,41% na POF divulgada hoje. Já o segmento "Outras despesas correntes" passou de 5,27% na Endef de 1974-1975 para 10,85% na POF divulgada hoje. O aumento da participação das despesas "do dia-a-dia" nos gastos das famílias é mais forte nas famílias urbanas. Neste setor, as despesas correntes ficaram com 93,2% da despesa média mensal das famílias urbanas, ante os 80,86% observados na pesquisa de 1974-1975. Este aumento de participação também foi registrado nas famílias rurais, mas em menor intensidade. As despesas correntes passaram de 87,53% para 94,12% de participação nas despesas médias mensais da família rural, da pesquisa de 1974-1975 para a POF 2002-2003.

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