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Farmácias reduzem descontos com alta do dólar

As farmácias que costumam dar descontos estão restringindo essa política. De acordo com entidades do setor, a situação é resultado da alta do dólar, que encarece as matérias primas do setor farmacêutico.

Por Agencia Estado
Atualização:

O consumidor de remédios já está sentindo os efeitos da alta do dólar. A disparada da moeda norte-americana fez com que as farmácias e drogarias diminuíssem seus descontos. De acordo com o presidente da Associação Brasileira do Comércio Farmacêutico (ABCFarma), Pedro Zidoi, a redução de descontos é o reflexo da alta do dólar no preço da matéria-prima dos medicamentos produzidos poor laboratórios brasileiros. As farmácias que costumam dar descontos de até 30% estão reduzindo a lista de medicamentos contemplados, afirma Pedro Zidoi que também preside o Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sincofarma-SP). "Os laboratórios e distribuidoras já estão reduzindo os descontos e prazos de pagamento para o varejo em função da pressão da alta do dólar sobre os insumos importados", alerta. O presidente do Conselho Regional de Farmácia do Distrito Federal (CRF-DF), Antônio Barbosa, alerta que também os medicamentos genéricos estão com descontos menores nas farmácias. "A alta do dólar prejudicou o setor em geral. Laboratórios, distribuidores e varejistas estão com uma margem de lucro menor, por isso reduziram seus descontos", avalia. Antônio Barbosa recomenda ao consumidor pedir ao seu médico que receite remédios de marcas diferentes, para ter opções de pesquisar qual o medicamento com preço mais barato. O presidente da ABCFarma recomenda ao consumidor pesquisar os preços em diversas farmácias para ver qual tem o melhor desconto. "O consumidor deve procurar o estabelecimento que tem a melhor condição para a compra do medicamento", recomenda Pedro Zodoi. Febrafarma aponta defasagem de 15% A Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Febrafarma) informou na semana passada que a defasagem do preço dos medicamentos chega a 15% com a desvalorização do real. O presidente da federação, Ciro Mortella, destacou que a principal dificuldade que as empresas enfrentam com a alta do dólar é o custo da produção. Os reajustes de preços dos medicamentos no Brasil são controlados pelo governo e vêm sendo concedidos apenas uma vez por ano. Os preços estão congelados desde o último reajuste autorizado pelo governo, de 4,32%, em janeiro deste ano. Ciro Mortella explica que 80% das matérias-primas utilizada nos medicamentos é importada e, consequentemente, são cotadas em dólar. A Febrafarma já solicitou à Câmara de Medicamentos do Ministério da Saúde (Camed), em junho, um reajuste de 7%, que não foi aceito pelo governo. Este pedido fora calculado com base numa cotação média mensal do dólar a R$ 2,65.

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