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Faturamento da TV por assinatura supera pela 1ª vez televisão aberta

Nos três primeiros meses de 2012, as receitas da TV paga somou R$ 5,4 bilhões, contra R$ 4,2 bilhões das televisões abertas

Por Rodrigo Petry e da Agência Estado
Atualização:

SÃO PAULO - O faturamento bruto da televisão paga, por assinatura, passou pela primeira vez o da TV aberta. Nos três primeiros meses deste ano, as receitas da TV paga, que incluem as assinaturas de clientes, publicidade e serviços agregados, como banda larga, somaram R$ 5,4 bilhões, contra R$ 4,2 bilhões das televisões abertas, cujo faturamento vem basicamente dos anúncios. Os dados foram divulgados hoje pela Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA), Projeto Inter-Meios e PTS.

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Segundo o presidente executivo da Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA), Alexandre Annenberg, essa é uma tendência que pode se manter ao longo do ano, em razão das taxas de expansões previstas do número de assinantes e das receitas. "Antes as pessoas resistiam em pagar pelos serviços de TV. Com a redução dos preços, o que deve se manter daqui para frente, os serviços devem seguir avançando, principalmente para a classe C", afirmou.

No ano passado, o setor de TV paga registrou um faturamento bruto de R$ 16,9 bilhões, ante uma receita de R$ 18 bilhões das emissoras de televisão com programação aberta. O País terminou o primeiro semestre deste ano com 14,535 milhões de domicílios atendidos pela TV por assinatura. Foram 239,6 mil novas adições líquidas no período, o que significou um crescimento de 14% sobre a base instalada do final de 2011, que era de 12,744 milhões de assinantes.

O setor de televisão por assinatura poderá atingir um faturamento bruto de até R$ 19 bilhões este ano, segundo estimativa da ABTA, o que representaria um incremento de 12,4% a receita sobre o ano passado, de R$ 16,9 bilhões. Em termos de base de assinantes, a projeção da ABTA é encerrar este ano com 16 milhões (+ 25,5%).

Segundo Annenberg, nos próximos anos, em um "cenário otimista" - o que inclui um aumento consistente do Produto Interno Bruto (PIB), avanço na geração de empresa e continuidade da expansão da renda -, a receita bruta do setor poderá chegar aos R$ 50 bilhões, até 2017. Isso equivaleria a uma base de cerca de 45 milhões de assinantes. Já em um cenário macroeconômico "base", a receita bruta poderia chegar a R$ 40 bilhões e o número de assinantes, a 35 milhões em cinco anos.

O ingresso das empresas de telefonia no segmento na área de TV, oferecendo serviços via satélite, foi um dos fatores que impulsionou a base de assinantes nos últimos tempos. Ao final de junho, a participação dos serviços prestados via satélite (DTH) atingiu 58,1% da base e os de cabo, 40,6% dos assinantes. Há um ano, o DTH representava 50,6% e o cabo, 46,9%.

Annenberg prevê, porém, que, com as novas outorgas para TV a cabo que estão para ser concedidas, a participação do cabo retome a relevância sobre o setor. "A expectativa é de que novas operadoras passem a atuar (com cabo)", afirmou, relembrando que há mais de dez anos novas outorgas de TV a cabo não são liberadas.

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Além das grandes empresas, como as de telefonia que entram neste mercado de TV, operadoras regionais podem ganhar espaço, pela possibilidade de oferecer conteúdo local mais direcionado aos telespectadores.

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