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Faturamento das pequenas empresas cai 13,1% em 2002 em SP

Por Agencia Estado
Atualização:

A atividade das micro e pequenas empresas do Estado de São Paulo caiu 13,1% no ano passado em relação a 2001, de acordo com a Pesquisa de Conjuntura das Micro e Pequenas do Estado de SP (Pecompe), feita pelo Sebrae com 2.716 empresas. O faturamento dessas empresas caiu 15,2% em 2002 ante 2001 entre as que atuam na região metropolitana de SP. A queda verificada nas empresas do interior, no mesmo período, foi de 10,6%. Por setores, o mais atingido foi o de serviços, que teve no período uma retração de 15,8% no volume faturado. A indústria veio logo em seguida, com queda de 14,6%. O comércio teve retração de 9,2%. Em dezembro, as micro e pequenas empresas do comércio tiveram uma recuperação de 5% no faturamento em dezembro ante novembro. Foi principalmente esse setor que puxou a pequena recuperação de 0,6%, das MPE no Estado neste período de comparação. Isso porque as do setor de serviço tiveram uma recuperação de 0,7%, enquanto as da indústria tiveram uma retração de 8,8% no faturamento do período. Demissões As micro e pequenas empresas do Estado de São Paulo demitiram 11,8% dos empregados no ano passado. Com isso, o total de ocupados no setor caiu para em torno de 7,5 milhões de pessoas. O setor de serviços foi o quem mais contribuiu com demissões, tendo demitido 14% da força de trabalho em 2002. Comércio e indústria demitiram parcelas semelhantes dos seus empregados, com 10,5% e 10,4%, respectivamente. Em dezembro ante novembro, houve uma queda de 1,1% do pessoal ocupado nas micro e pequenas, segundo o Sebrae. O que chama a atenção é que o comércio, que tradicionalmente emprega para o Natal, demitiu 0,5% da força de trabalho em dezembro passado. O setor de serviços demitiu 1,3% e a indústria, 1,9%. Salários O trabalhador empregado nas micro e pequenas empresas do Estado de São Paulo teve um salário médio diminuído em 8,1% no ano passado ante 2001. Os trabalhadores do comércio foram os que tiveram a maior queda, de 11,6%. Quase empatados estavam o setor de serviços, cuja retração nos salários chegou a 11,5% em 2002 ante 2001. Apenas a indústria teve relativa estabilidade, com queda de 0,4%. No mês de dezembro, no entanto, houve uma recuperação de 4,9% nos salários pagos pelas micro e pequenas na comparação com novembro. Isso pode mostrar o início de uma recuperação nos ganhos dos trabalhadores do setor. O departamento de Economia do Sebrae atribui a queda no faturamento das micro e pequenas empresas às crises externas, às taxas de juro elevadas, à desvalorização do real e à depressão do mercado de trabalho. Segundo o Sebrae, a desaceleração da economia mundial como um todo prejudicou o desempenho das empresas, e ainda houve uma influência maior da crise da Argentina, um dos maiores parceiros comerciais do País. A elevação do dólar, por sua vez, pressionou os custos, trazendo de volta a inflação, o que colocou um freio no consumo, que foi prejudicado também pela queda da renda real do trabalhador.

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