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Faturamento do varejo em SP cresce 5,53%

Mas a Federação do Comércio diz que não há o que comemorar: o resultado positivo se deve ao fraco desempenho defevereiro do ano passado, a base de comparação.

Por Agencia Estado
Atualização:

O comércio varejista da Região Metropolitana de São Paulo registrou alta de 5,53% no faturamento real em fevereiro deste ano comparado a igual período de 2003, segundo a Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV), realizada pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio). De acordo com a assessoria econômica da entidade, o resultado positivo foi causado pelo fraco desempenho registrado em fevereiro do ano passado. O mesmo, segundo a Fecomércio, já havia ocorrido em janeiro, quando o aumento atingiu 4,83%. "Não há o que comemorar", afirmou a entidade em nota à imprensa. De acordo com dados da instituição, o segmento de eletrodomésticos apresentou a maior alta do mês, de 13%, em relação a fevereiro de 2003. Em seguida, ficaram o de vestuário, tecidos e calçados, com aumento de 9,43%. "O resultado destes dois segmentos foi influenciado pela maior oferta de crédito ao consumidor, em relação, principalmente, ao volume disponível em fevereiro de 2003, período de juros mais elevados e maior restrição nos financiamentos", salientou a Federação. A alta do faturamento no mês passado também foi influenciada pela elevação em supermercados (8,6%); e farmácias e perfumarias (7,9%). De acordo com os economistas da Fecomércio, o aumento nesta última área deve-se, principalmente, à elevação dos preços dos medicamentos. Já nos supermercados, a alta pode ser explicada pela expansão das vendas das grandes redes do segmento, reforçada pela constante ampliação do mix de produtos comercializados. Na avaliação da Federação, o volume de crédito existente no segmento automotivo não foi suficiente para criar nova demanda e garantir a alta do faturamento em fevereiro, mês em que a área registrou queda de 10,5%, comparada a igual período de 2003. A retração do segmento de autopeças foi ainda maior, de 16,40%, causada, em parte, pela redução da demanda por produtos, já bastante elevada ao longo do ano passado. No acumulado do ano, o segmento que apresentou faturamento maior foi o "Lojas de Vestuário, Tecidos e Calçados", com avanço de 12,17% no primeiro bimestre na comparação com o mesmo período de 2003. Na ponta inversa, o grupo que mais sofreu no período foi o "Lojas de Autopeças e Acessórios", com queda de 14,06% no faturamento. Base fraca deve sustentar alta no primeiro semestre A expectativa da Fecomércio é que o faturamento do setor varejista na região metropolitana de São Paulo mantenha-se em patamar elevado durante o primeiro semestre deste ano. "A alta deverá ocorrer devido à fraca base de comparação dos primeiros meses de 2003", avaliou a instituição. A partir do segundo semestre, porém, a assessoria econômica espera que o comércio registre resultados ainda positivos, mas inferiores aos do primeiro semestre deste ano. A Federação prevê que o setor registre alta de cerca de 3% em 2004, comparado com o resultado do ano passado. Neste mês, a Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV) começa a apresentar uma série de mudanças metodológicas. A maior parte dessas alterações, contudo, já entra em vigor a partir deste resultado de fevereiro e também permitiu a revisão dos dados apurados em janeiro. Entre as principais mudanças estão: a ampliação no número de empresas da amostra, a reponderação dos grupos e subgrupos, nova distribuição setorial, outra agregação dos setores no cômputo total de Comércio Geral e adoção do conceito de reprocessamento mensal dos dados.

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