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Favorita, chinesa vence leilão de transmissão da usina de Belo Monte

A oferta dos chineses da State Grid superou a proposta apresentada pela espanhola Abengoa; consórcio de empresas controladas pela Eletrobras não apresentou proposta

Por André Magnabosco
Atualização:

SÃO PAULO - A chinesa State Grid confirmou o favoritismo e venceu a disputa pela linha de transmissão responsável pelo escoamento de energia da hidrelétrica de Belo Monte. A companhia apresentou uma proposta de Receita Anual Permitida (RAP) de R$ 988,030 milhões, o que representa um deságio de 19% em relação ao valor máximo exigido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que era de R$ 1,219 bilhão. O investimento estimado na construção da linha de transmissão é de cerca de R$ 7 bilhões.

A oferta dos chineses superou a proposta apresentada pela espanhola Abengoa, de uma RAP de R$ 1,049 bilhão, o que representava um deságio de 14%. Como a diferença entre as propostas ficou superior ou igual a 5%, a disputa terminou ainda na primeira fase. O consórcio formado por Eletronorte e Furnas, controladas pela Eletrobras, não apresentou proposta.

Investimento estimado na construção da linha é de cerca de R$ 7 bilhões Foto: Tiago Queiroz/Estadão

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O Leilão de Transmissão nº 7/2015, realizado nesta sexta-feira, representa a licitação de um dos projetos de energia mais importantes do País. Serão 2.550 quilômetros de linhas de transmissão que cortarão os estados de Pará, Tocantins, Goiás, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Além da linha, serão construídas duas subestações conversoras com 7.800 MW de capacidade instalada.

A State Grid, favorita da disputa, também é responsável pela construção da primeira linha de transmissão para escoar a energia de Belo Monte. O primeiro projeto foi leiloado no ano passado e enfrenta atrasos. Estimado inicialmente em cerca de R$ 5 bilhões, o projeto terá 2.100 mil km de extensão e capacidade para transmitir 4.000 MW. A proposta do consórcio formado por State Grid, Furnas e Eletronorte estabelecia uma RAP de R$ 434,647 milhões, o que representou um deságio de 38% em relação ao valor máximo de R$ 701 milhões estabelecido pela Aneel. 

Outros mercados. A State Grid também está interessada em ingressar nos mercados de geração e distribuição. De acordo com vice-presidente da State Grid Brazil Holding, Ramon Haddad, a companhia analisa todas as oportunidades existentes no mercado nacional, desde os ativos de distribuição que serão colocados à venda pela Eletrobras até os futuros leilões de energia solar.

O vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios e Administrativo da State Grid, Qu Yan, informou que, desde que a empresa ingressou no mercado nacional, em 2010, a intenção sempre foi a de atuar em diferentes segmentos, e não apenas na área de transmissão. Na geração, por exemplo, a companhia tem particular interesse em fontes renováveis, inclusive a energia solar.

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