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Fazenda critica rebaixamento da nota de crédito brasileira pela S&P

Governo defende situação fiscal do País e afirma que o Brasil tem uma das maiores taxas de crescimento dentre os países do G-20

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Por Eduardo Rodrigues e Renata Veríssimo
Atualização:

SÃO PAULO - O Ministério da Fazenda criticou a decisão da agência Standard & Poor's (S&P) de rebaixar a nota de crédito do País. De acordo com nota divulgada na noite desta segunda-feira, 24, a avaliação da agência de rating é "inconsistente com as condições da economia brasileira" e "contraditória com a solidez e os fundamentos do Brasil".

O ministério afirmou que, embora a S&P tenha alegado que uma das razões para o rebaixamento foi o crescimento econômico em ritmo lento do País, o Brasil teria crescido 17,8% no período da crise internacional, iniciada em 2008. "É uma das maiores taxas acumuladas de crescimento entre os países do G-20. No ano passado, o País cresceu 2,3%, desempenho superior à maioria dos países deste grupo", informou a Fazenda. A Fazenda também se defendeu da avaliação fiscal feita pela S&P, julgando-a não procedente. O ministério argumentou que o Brasil tem feito um dos maiores superávits primários do mundo nos últimos 15 anos. "Em 2013, cabe salientar, fizemos um superávit primário de 1,9% do PIB, suficiente para reduzir o endividamento público, tanto bruto (de 58,8% do PIB para 57,2% do PIB) quanto líquido (de 35,3% do PIB para 33,8% do PIB)", relatou o documento. O ministério ainda classificou como equivocada o questionamento da S&P em relação à suficiência do Investimento Estrangeiro Direto (IED) no Brasil. O ministério destacou que o Brasil tem estado entre os cinco maiores receptores mundiais desse tipo de investimento e citou os US$ 65,8 bilhões que entraram no País nos últimos 12 meses encerrados em fevereiro deste ano. Para a Fazenda, a economia brasileira tem baixa vulnerabilidade externa, pois possui o quinto maior volume de reservas internacionais no G-20. "Não se justificam também as suposições quanto à trajetória do investimento no Brasil", respondeu o documento, que citou o programa de infraestrutura que deve mobilizar US$ 400 bilhões nos próximos anos. "Vale destacar que o investimento cresceu 6,3% em 2013 (o segundo maior do G-20), em linha com a média de expansão da última década", acrescentou a nota. Por fim, o ministério ressaltou que a agência manteve a condição de grau de investimento da nota brasileira, com perspectiva estável. A Fazenda listou as razões que levaram a S&P a manter essa avaliação, citadas pela própria agência em nota distribuída à imprensa no início da noite desta segunda-feira. "Independentemente de quaisquer avaliações, reafirmamos nosso compromisso com o cumprimento da meta de superávit primário de 1,9% do PIB neste ano, com a continuação da consolidação fiscal neste e nos próximos anos, com a prioridade ao investimento e com a promoção do crescimento sustentável de longo prazo", concluiu o documento.

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