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Fazenda espera 2º semestre 'muito melhor' e mais investimento em 2017

Pasta confirmou revisão da projeção do PIB para avanço de 1,6% no ano que vem; para a inflação, expectativa foi mantida em 4,8%, acima do centro da meta, de 4,5%

Foto do author Eduardo Rodrigues
Foto do author Célia Froufe
Por Eduardo Rodrigues e Célia Froufe (Broadcast)
Atualização:

BRASÍLIA - O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Carlos Hamilton, avaliou nesta quarta-feira, 17, que as informações que o governo vem coletando indicam que a atividade econômica no segundo semestre de 2016 terá um desempenho muito melhor que o da primeira metade do ano. Ele confirmou que o governo elevou a projeção de alta do PIB para 2017 de 1,2% para 1,6%.

"No cenário base já teremos uma taxa de crescimento positiva no quarto trimestre do ano, na comparação com o terceiro. Teremos uma leitura positiva do PIB já no quarto trimestre de 2016", afirmou. "Eu não descartaria a hipótese de que isso aconteça já no terceiro trimestre, embora isso não apareça nas nossas projeções", completou citando que essa possibilidade aparece em outras estimativas de mercado. 

Indicadores apontam para uma melhora da economia até o fim do ano, diz Fazenda Foto: Thiago Teixeira/Estadão

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O principal motivo para a revisão é a taxa de investimento. Hamilton não detalhou, no entanto, a previsão da Fazenda para a formação bruta de capital fixo no próximo ano. "O maior driver da mudança da previsão para PIB de 2017 é o investimento", afirmou. "O carry over de 2016 para 2017 é um pouco acima de zero", completou.

Já a estimativa para a inflação medida pelo IPCA no próximo ano foi mantida em 4,8%, ainda acima do centro da meta, de 4,5%. Os parâmetros servem de base para o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2017 que será enviado ao Congresso até o dia 31 deste mês.

"Desde março os mercados começaram a antecipar mudanças e vimos avanços relevantes em alguns indicadores", afirmou Hamilton, que citou melhorias no CDS (risco-país), nas expectativas de inflação, no swap/DI e na Bolsa de Valores. "Houve progressos relevantes ao longo dos últimos meses e os mercados são ágeis e reagem rapidamente a novas informações" enfatizou. 

Hamilton ressaltou que, além da evolução dos indicadores financeiros, também já há melhora nos indicadores de confiança em empresários e consumidores. "E no lado real da economia, a produção industrial já cresce há quatro meses e os indicadores de estoques têm tido uma leitura mais favorável. As encomendas do comércio e as importações de bens de capital também têm reagido", acrescentou. 

Para justificar a melhor previsão do PIB para o próximo ano, Hamilton também elencou o último resultado do IBC-BR, calculado pelo Banco Central, que registrou alta 0,23% em junho na margem, após vários meses de taxas negativas. 

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O secretário disse que a divulgação dos parâmetros antecipadamente reflete a avaliação da Fazenda de que a transparência é uma dimensão relevante na condução da política econômica. "Buscando melhorar diálogo com a sociedade, decidimos divulgar antecipadamente parâmetros que vão nortear o PLOA e esse procedimento será repetido de agora em diante sempre que prepararmos projetos de orçamento", completou.

Impeachment. O secretário esquivou-se do questionamento feito por jornalistas sobre se a divulgação antecipada de parâmetros econômicos para o orçamento de 2017 tem relação com a proximidade da votação final do processo de impeachment pelo Senado. Até então, esses números só seriam conhecidos quando o governo enviasse ao Congresso o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2017, cujo prazo vai até o dia 31 deste mês. 

"O objetivo da divulgação é melhorar comunicação e transparência do governo com a sociedade. Quanto antes os agentes souberem uma informação mais seguros estão para tomar decisões", respondeu. 

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