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Fazenda: investimento cresce mais que o consumo

Por Fabio Graner
Atualização:

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, afirmou hoje que os dados do PIB do terceiro trimestre deste ano, que serão divulgados no início de dezembro, deverão mostrar o investimento crescendo mais que o consumo. Segundo ele, isso reflete a retomada da atividade econômica e as medidas adotadas pelo governo para estimular os investimentos.Barbosa disse que faz parte da agenda do governo continuar desonerando os investimentos produtivos e aumentar a competitividade via redução de tributos, mas ressaltou que essa política depende de espaço fiscal que agora não existe. Segundo ele, no entanto, com a melhora da economia, os resultados fiscais vão melhorar e o espaço para essas ações será retomado.De acordo com o secretário, um dos desafios da economia brasileira é a geração de fontes de financiamento de longo prazo, problema mencionado também pelo ex-secretário de Política Econômica Júlio Sério Gomes de Almeida, que participa do mesmo painel que Barbosa sobre política econômica no Encontro Nacional da Indústria (Enai). Barbosa afirmou que o governo, via BNDES, tem ajudado a prover recursos de longo prazo para a economia.CâmbioNelson Barbosa reafirmou o compromisso do governo com o câmbio flutuante, mas disse que o governo tenta conciliar esse regime com uma situação em que não ocorra flutuação excessiva. Ele reconheceu que o câmbio é um elemento que afeta a competitividade da indústria, mas destacou que o governo tem atuado para atenuar os movimentos do real ante o dólar por meio de acumulação de reservas e de medidas pontuais, como a taxação do capital estrangeiro com IOF."As duas maiores economias do mundo, EUA e China, estão depreciando suas moedas e, por isso, trabalhamos para conter esse impacto com a acumulação de reservas e eventuais controles localizados sobre o fluxo de capitais", disse Barbosa. O secretário também falou sobre a questão das taxas de juros, que é criticada por empresários, e disse que o juro real no Brasil mudou de patamar para uma faixa entre 5% e 7% e pode cair mais futuramente em um processo natural.

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