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Fazenda prevê déficit de US$ 9,4 bi em contas externas

Por Agencia Estado
Atualização:

O Brasil deverá chegar ao fim deste ano registrando um déficit de US$ 9,4 bilhões em suas contas externas. A projeção consta do Boletim de Acompanhamento Macroeconômico elaborado pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda e divulgado esta tarde. A projeção é ligeiramente pior do que a do Banco Central (BC), que aponta para um déficit de US$ 8,3 bilhões no ano. O déficit, afirma o documento divulgado hoje, ?resulta da postura do governo brasileiro em reduzir seu endividamento com o Fundo (Monetário Internacional), apesar de ainda dispor de quase US$ 25 bilhões para saque no âmbito do último acordo.? Mais exatamente, o Brasil ainda dispõe de 15,2 bilhões de Direitos Especiais de Saque (DES) até o final do ano, que correspondem a US$ 21,6 bilhões. Uma parcela de US$ 9,1 bilhões deverá ser colocada à disposição do Brasil no início de junho, e o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, já disse que ?não há por que não sacá-la.? Embora o ministro já tenha declarado que não tem interesse em negociar um novo programa com o FMI, só será possível evitar uma eventual prorrogação do acordo se o fluxo de capitais de longo prazo para o País aumentar, explicou um experiente negociador brasileiro. O tema não foi tratado durante a visita que a vice-diretora gerente do FMI, Anne Krueger, fez ao Brasil no início dessa semana. No entanto, terá de ser discutido, provavelmente no segundo semestre, à luz da evolução do quadro econômico. Preocupação com fluxo de capital externo O Boletim também ressaltou a preocupação do governo com a pequena entrada de capitais estrangeiros no País. "As novas captações de médio e longo prazo continuam aquém do esperado (em especial, títulos emitidos no exterior), com taxa de rolagem de 46%", diz o texto. Ele observa que as contas externas mantiveram neste início do ano a trajetória de recuperação iniciada em 2002. "No entanto, o fluxo de capital, em especial no que concerne às captações de médio e longo prazos, se não piorou em relação aos últimos meses, ainda não apresentou uma nítida recuperação", afirma. Os técnicos da SPE atribuem esse movimento às incertezas quanto ao desempenho da economia mundial.

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