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Fazenda vê números de inflação com cautela

Por AE
Atualização:

Os números de inflação medidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) agradaram ao Ministério da Fazenda, mas ainda não deixaram eufórico o ministro Guido Mantega. Para eles, ainda não é possível baixar a guarda no esforço antiinflacionário. A avaliação é de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 0,53% em julho, que ficou abaixo das expectativas, e o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), com deflação de 0,01% na primeira prévia do mês, confirmam a análise de que a inflação dos últimos meses foi eminentemente provocada pelo choque de matérias-primas (commodities), especialmente alimentos. Essa posição é diferente da que vem sendo manifestada pelo Banco Central (BC), que atribui maior peso ao aquecimento do nível de atividade do País na escalada dos preços. Mas Mantega e sua equipe também consideram que não se deve desprezar o fato de os demais itens do IPCA estarem se acelerando, refletindo os chamados efeitos secundários do choque externo (quando a inflação se espalha), que ainda estão sendo combatidos com a combinação das políticas monetária e fiscal. Para os técnicos da Fazenda, o problema inflacionário ainda não está resolvido. Por isso, continuam trabalhando com um cenário de elevação do juro pelo BC, embora entendam que o ambiente que agora se desenha mais claramente mostra que não será necessário um ajuste muito profundo da taxa básica de juros, a Selic. Segundo fontes, se os juros subissem até 14% ao ano (hoje estão em 13% ao ano), a convergência da inflação para a meta em 2009 estaria garantida e o crescimento de 4,5%, outra prioridade do governo, também. Para essa fonte, o BC vai levar em conta esse novo cenário da inflação em sua próxima reunião, prevista para setembro. De qualquer forma, a expectativa do ministério é de que os índices mensais do IPCA fiquem menores a partir de agora, rodando em torno de 0,4% a 0,5%. Mas o prognóstico da equipe econômica é de que a taxa acumulada em 12 meses, que em julho chegou a 6,37%, deverá se acelerar, romper o teto da meta de inflação (6,5%) e atingir o pico em novembro (6,8%), caindo em dezembro para a casa de 6,5%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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