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Fecomercio-SP: fim da CPMF é remédio amargo

Por AMANDA VALERI
Atualização:

A Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP) avalia que o governo deve encarar o fim da CPMF como um remédio, e não como um revés político. "Ainda que amargo, o fim da CPMF irá auxiliar o governo a corrigir o erro estratégico de formular um orçamento no qual a expansão dos gastos é financiada pelo crescimento sistemático de tributos", afirmou a entidade em nota divulgada hoje. A federação disse que o fim da CPMF é uma oportunidade para o País aprender a administrar de forma mais racional os recursos arrecadados e, também, um momento de atenção para o governo não "cair na tentação de mais uma vez" elevar impostos e "deixar de fazer" cortes necessários em seus gastos. De acordo com a Fecomercio-SP, a rejeição pela prorrogação do tributo representa a vitória da sociedade contra um dos impostos "mais injustos" do País. "A partir de agora, o governo terá de priorizar a eficiência no lugar de opções políticas", destacou. Esta também é uma oportunidade, segundo a entidade, para repensar a política de juros. "Cada ponto a menos na taxa básica corresponde a uma significativa economia em termos de pagamento de juros: no mínimo cerca de R$ 5 bilhões por ano", ressaltou a Fecomercio-SP. Ela discorda das afirmações do governo de que o fim da CPMF trará conseqüências desastrosas para a economia do País. De acordo com a Fecomercio-SP, isso só ocorrerá caso o governo não promova os ajustes necessários e mantenha algumas incoerências que marcaram a execução orçamentária nos últimos anos. "Os gastos correntes não podem crescer acima do nível de arrecadação, os investimentos devem ser priorizados no lugar do inchaço da máquina pública e a austeridade deve prevalecer sobre interesses políticos", exemplificou.

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