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Fecomercio-SP prevê alta de 6% no varejo no semestre

Por Carolina Ruhman
Atualização:

O forte desempenho do comércio varejista paulistano no primeiro trimestre deste ano deve assegurar um resultado positivo para a atividade na primeira metade de 2008. Esta é a avaliação das entidades ligadas ao comércio em São Paulo. A Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio) prevê expansão de 6% das vendas em relação ao primeiro semestre do ano passado, após a alta de 4% registrada nos seis primeiros meses de 2007. O desempenho regional está em linha com as vendas no varejo em nível nacional, que registrou no primeiro trimestre deste ano a maior alta da história. Ontem, a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE revelou crescimento de 12% nos três primeiros meses do ano em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com os dados da Fecomercio, as vendas no varejo cresceram 7,3% no primeiro trimestre de 2008 e devem avançar 4% neste segundo trimestre. Para Altamiro Carvalho, economista da entidade, o resultado não configura uma desaceleração e representa "apenas um efeito estatístico". Isso porque a base de comparação dificulta já que o varejo teve forte desempenho no segundo trimestre de 2007. A grande "alavanca" do comércio varejista é o crédito, aponta Carvalho, aliada a fatores como a recomposição da renda real e a melhora no emprego na região metropolitana de São Paulo. O economista vê "vigor na concessão de crédito" e chama atenção para a dilatação nos prazos e a redução dos juros aos consumidores na comparação com o ano anterior. De acordo com os dados da Fecomercio, o prazo médio do crédito foi ampliado em 70 dias no primeiro trimestre ante igual período do ano passado, enquanto os juros recuaram cerca de 2,5 pontos porcentuais. "Isso torna as prestações muito baratas", avalia. Associação Comercial Já os dados da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) indicam uma leve aceleração do comércio no segundo trimestre deste ano. Nos três primeiros meses do ano, as consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) aumentaram 6,3% e as consultas ao SCPC Cheque cresceram 6,5% - o que resultou em uma elevação média de 6,4%. Para o segundo trimestre, a associação estima uma média de crescimento de 7% das consultas, graças ao bom resultado apresentado em abril, quando a média de aumento foi de 12,75%. Entretanto, a ACSP cita um efeito calendário neste mês, já que o feriado da Semana Santa caiu neste ano em março e, portanto, no primeiro trimestre, enquanto no ano passado o feriado caiu em abril, já no segundo trimestre. Assim, a mudança favoreceu o resultado de abril em detrimento ao de março neste ano. "O primeiro semestre já está feito", aponta Emílio Alfieri, economista da ACSP, citando sua previsão para o período entre janeiro e junho deste ano de incremento de 6,7% nas consultas, equivalente a uma aceleração ante os 5,5% do mesmo período do ano passado. Este desempenho não é, entretanto, motivo de comemoração, ressalta Alfieri. "O varejo está apreensivo", destaca, chamando atenção para o ciclo de alta dos juros, que pode ser maior do que o previsto inicialmente pelo mercado e frear a vontade de consumir. "Que o primeiro semestre vai ser melhor, ele vai, mas ninguém sabe por quanto tempo", alerta. Em contrapartida, Carvalho, da Fecomercio, está mais otimista. Ele avalia que o efeito que a demanda aquecida deve ter sobre os preços ainda é uma "incógnita", mas acredita que dificilmente haverá descontrole da inflação. O economista reconhece que as pressões sobre os preços estão maiores, "mas nada que venha a comprometer o desempenho das vendas", acredita.

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