20 de agosto de 2015 | 09h33
O levantamento mostrou ainda que a proporção de empresários com estoques adequados registrou queda de mais de 10 pontos porcentuais no período, de 57,9% para 47,6%. Com esses resultados, o Índice de Estoques (IE), que mede o nível de adequação de mercadorias, recuou 17,6% no mês de agosto ante julho ao atingir 95,4 pontos, também o menor valor já registrado pela série histórica. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a queda foi de 11,3%.
O IE varia de zero (inadequação total) a 200 pontos (adequação total). A marca dos cem pontos é o limite entre inadequação e adequação.
No mês passado, depois de seis meses de aumento de estoques indesejados, a percepção dos comerciantes havia melhorado significativamente ante junho. Em julho, o IE atingiu 115,9 pontos, ante 101,5 pontos em junho. Na ocasião, a entidade havia informado que era preciso esperar mais alguns meses para confirmar se esse comportamento era algo apenas pontual ou se indicava de fato um ajuste positivo de estoques e um ponto final do ciclo de carregamento de produtos.
Para França, o resultado de agosto sugere ainda que, mesmo pessimistas, os empresários continuam sendo surpreendidos por vendas ainda mais fracas do que as esperadas. "Por isso, é preciso reforçar a necessidade de o empresário ser ainda mais conservador, pois a crise tende a ser longa e estoque alto prejudica a situação financeira das empresas", afirmou o economista.
De acordo com nota da equipe econômica da FecomercioSP, o pior momento da crise econômica ainda não passou e as perspectivas de curto prazo não são positivas. "Enquanto não houver no horizonte um conjunto de políticas econômicas mais confiáveis e factíveis, a economia brasileira estará fadada a conviver com juros elevados, inflação acima da meta, eliminação de empregos e retração do nível de atividade", afirmam os economistas da entidade. "Para o varejo, isso significa menor volume de vendas e forte aumento do volume de estoques indesejados, com crescimento da propensão a promoções, liquidações e queimas generalizadas de estoques, conforme se observa desde o início de 2015."
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