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FED admite que crise pode chegar à economia real

Por JAMIL CHADE
Atualização:

O Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) admitiu hoje que a atual turbulência, até agora restrita ao setor financeiro, poderá afetar a economia real norte-americana. Com isso, bancos centrais de todo o mundo já prevêem prejuízos na economia global. O presidente do Fed, Ben Bernanke, colocou as autoridades monetárias em estado de alerta. Reunidos na Basiléia (Suíça), os bancos centrais das principais economias debateram nos últimos dois dias que tipo de medidas tomar para evitar que a turbulência se transforme em uma crise na economia real. Prometeram ações conjuntas e definiram o atual cenário como uma "correção dos valores dos riscos". De qualquer forma, a conclusão geral foi de que uma tosse na economia americana geraria uma gripe e talvez até mesmo uma tuberculose em outros mercados. "Estamos dependendo totalmente da avaliação do Fed nessa situação e o que os americanos disseram é que há uma probabilidade de que haja uma repercussão na economia real dos Estados Unidos", afirmou o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean Claude Trichet, que, entretanto, avaliou que a economia global está sólida e se recusou a declarar o fim do "período de ouro" no desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) mundial, que há cinco anos cresce a taxas elevadas. Já o presidente do Banco Central do México, Guillermo Ortiz, duvida da capacidade dos países emergentes em evitar uma contaminação. "A preocupação imediata (na América Latina) é saber até que ponto a turbulência atual afetará a economia real e os Estados Unidos, afirmou. "Por enquanto, o impacto da turbulência foi limitado. Mas ao afetar a economia real e, principalmente, a economia americana, então veremos quais serão os efeitos em todo o mundo", declarou.

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