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Fed corta previsão de PIB dos EUA e estuda meta de inflação

Por MARK FELSENTHAL E ALISTER BULL
Atualização:

O Federal Reserve cortou suas previsões econômicas e discutiu definir uma meta para a inflação na última reunião, à medida que a recessão provocou temores de um perigoso declínio dos preços. Com o emprego caindo drasticamente, o mercado imobiliário não mostrando sinais de estabilização e as condições de crédito ainda pressionadas, o Fed projeta que a economia vai encolher entre 0,5 e 1,3 por cento este ano, segundo a ata da reunião divulgada nesta quarta-feira. Em outubro, as previsões centrais para o Produto Interno Bruto (PIB) variavam de declínio de 0,2 por cento a crescimento de 1,1 por cento neste ano. A economia em franca desaceleração tem puxado a inflação para baixo do que muitos economistas assumem ser o nível confortável para o Fed. Apesar disso, pela primeira vez, o Fed divulgou projeções de longo prazo que oferecem uma visão sobre a economia além da linha tradicional de previsão de três anos. As projeções, que serão divulgadas trimestralmente, foram incluídas na ata do encontro de 27 e 28 de janeiro. Elas mostraram que as autoridades do Fed imaginam que a inflação pode se manter baixa pelo menos até 2010 e possivelmente em 2011. A projeção de longo prazo é de inflação entre 1,7 e 2 por cento --bem acima da previsão para 2009 de 0,3 a 1 por cento. "As projeções de longo prazo de inflação podem ser interpretadas... como a taxa de inflação que os participantes do Fomc veem como mais consistente com o mandato duplo dado pelo Congresso --isto é, a taxa de inflação que promove o nível máximo de emprego e também propicia estabilidade de preços", disse o chairman do Fed, Ben Bernanke. Respondendo jornalistas, Bernanke disse que as projeções de longo prazo devem ajudar a ancorar as expectativas inflacionárias de maneira que ajudaria a evitar a profecia auto-realizável de inflação ou deflação. Quando Bernanke assumiu a chefia do Fed, em 2006, ele defendeu o estabelecimento de uma meta numérica para a inflação. Mas o assunto foi alvo de muito debate entre outras autoridades do Fed --sendo que alguns se preocupavam com a possibilidade de que um alvo específico pudesse limitar a flexibilidade do banco central norte-americano. Mas com o Fed cada vez mais preocupado com que a queda dos preços provoque uma perigosa onda de deflação --e prolongue a recessão--, alguns economistas especulavam que o banco central poderia estender o horizonte de suas previsões. A ata mostrou também que o Fed se reuniu numa conferência telefônica em 16 de janeiro para discutir a adoção de uma meta explícita de inflação, mas nenhuma decisão foi tomada.

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