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Fed deve agir se crescimento dos EUA demorar a acelerar

Diretores do banco podem vir a adotar novas medidas na reunião da próxima semana, marcada para 31 de julho e 1º de agosto

Por Ricardo Gozzi e da Agência Estado
Atualização:

NOVA YORK - Impacientes com a fraca retomada do crescimento econômico dos Estados Unidos e com o elevado nível de desemprego, diretores do Federal Reserve Bank norte-americano parecem cada vez mais próximos de adotar novas medidas capazes de estimular a atividade da economia e as contratações.

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Desde a reunião de junho do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), diretores do banco central dos EUA deixaram claro - em entrevistas, discursos e depoimentos no Congresso - que consideram inaceitável o estuado atual da economia do país. Muitos deles parecem estar cada vez mais inclinados a agir se não perceberem logo que a atividade econômica está retomando o ritmo.

Depois de uma recente onda de indicadores econômicos ruins, ganhou força nos corredores do Fed a discussão em torno de como e quando agir. Os diretores do Fed podem vir a adotar novas medidas na reunião da próxima semana, marcada para 31 de julho e 1º de agosto, apesar de talvez precisarem esperar até a reunião de setembro para reunir mais informações sobre o ritmo do crescimento e da criação de empregos antes de decidirem o que fazer.

Existe a possibilidade de os diretores do Fed adotarem mais de uma ação ao mesmo tempo ou as implementarem uma a uma. O presidente do Fed, Ben Bernanke, listou em seus testemunhos perante o Congresso na semana passada uma série de opções que estão sendo analisadas, entre elas um novo programa de compra de ativos lastreados por hipotecas ou de Treasuries, um novo compromisso para manter as taxas de juro próximas de zero até depois de 2014 ou um esforço para reduzir ainda mais as já reduzidas taxas de juro de curto prazo.

Determinado a manter a economia crescendo sem causar inflação, o Fed está em busca de outras medidas. Uma das ideias mencionadas por Bernanke nos depoimentos ao Congresso seria usar um recurso chamado "janela de redesconto" para oferecer crédito barato a bancos que concedem empréstimos a empresas e consumidores. Mas não está claro se um programa do gênero trará muitos benefícios, uma vez que os bancos já dispõem de amplo acesso a crédito barato. Além disso, não parece se tratar de uma opção prioritária no momento.

Bernanke disse ao Congresso que deseja observar um progresso maior na redução do desemprego e manifestou frustração com o fato de a economia norte-americana parecer "atolada na lama". O presidente do Fed já falou anteriormente sobre a importância de a economia atingir o que ele chama de "velocidade de escape", um ritmo de crescimento suficiente para levar a economia adiante sem a necessidade de mais estímulo.

Os mais recentes indicadores, porém, sugerem que a economia norte-americana não está alcançando essa velocidade de escape. Nos últimos dias, diversos diretores do Fed vieram a público manifestar descontentamento com o ritmo da recuperação econômica e disposição de agir se o crescimento e a criação de emprego não engrenarem. Entre esses diretores do Fed encontram-se Sandra Pianalto, presidente do Fed regional de Cleveland, e Dennis Lockhart, presidente do Fed regional de Atlanta.

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Existem diversos motivos pelos quais os diretores do Fed devem esperar até a reunião de setembro para decidir o que fazer. Até lá terão sido divulgados mais dois relatórios mensais de emprego e mais dois meses de indicadores de produção, gastos e investimentos. Na reunião de setembro, os membros do Fomc atualizarão suas projeções econômicas e Bernanke concederá sua entrevista coletiva trimestral. Isso deve dar a ele a oportunidade de explicar em público o posicionamento do Fed. As informações são da Dow Jones.

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