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Fed mantém taxa de juros dos EUA entre 0% e 0,25%, mas sinaliza aumento 'em breve'

Presidente do banco central americano afirmou que há "foco sobre a alta de juros em março, se as condições forem apropriadas"

Por Ricardo Leopoldo
Atualização:

O comitê do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) decidiu manter a taxa de juros entre 0% e 0,25% ao ano, em decisão unânime. A decisão, divulgada nesta quarta-feira, 26, veio em linha com a expectativa de analistas consultados pelo Estadão/Broadcast.

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O presidente do Fed, Jerome Powell, comentou que o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) apontou que alta de juros é apropriada.

"O Comitê está com foco sobre a alta de juros em março, se as condições forem apropriadas", destacou em entrevista após o final da reunião do Fed de janeiro. "Mas também esperamos algum enfraquecimento da economia neste início de ano com Ômicron."

"Risco de inflação persistente"

Powell disse esperar que os índices de preços irão diminuir ao longo deste ano. Contudo, afirmou que o cenário para a inflação atualmente está pior do que o esperado há alguns meses. “Há risco de que inflação pode ser mais persistente do que esperado”, apontou. “O cenário é altamente incerto, teremos que ser adaptáveis e mover de acordo.”

O presidente do Fed comentou que as políticas monetária e fiscal ajudaram no apoio da recuperação da economia americana. Contudo, destacou que a expansão da demanda agregada nos EUA pode ser afetada devido a questões de saúde pública, relativas à pandemia da covid-19. “A Ômicron exerce peso sobre o nível de atividade neste trimestre”, comentou. “A covid-19 não terminou e corremos risco de poder evoluir.”

Powell ressaltou que a inflação continua acima da meta do Fed, provocado por problemas de fornecimento das cadeias internacionais de produção, que estão em um em um contexto de economia em plena expansão e com mercado de trabalho “muito, muito forte” e há dificuldades para empresas encontrarem trabalhadores para preencher vagas. 

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Ômicron

Dirigentes do Fed afirmaram que os indicadores de atividade econômica e emprego continuam a se fortalecer, com queda substancial do desemprego. No entanto, eles apontaram que os setores mais afetados pela covid - e que já ensaiavam uma recuperação -, são afetados agora pela nova onda provocada pela Ômicron, e que a possibilidade de surgimento de novas variantes ainda ameaça a retomada da economia.

Sobre a inflação, os dirigentes concluíram que os desequilíbrios entre oferta e demanda, além dos atrasos na vacinação da população, ainda contribuem para a elevação dos preços. O Fed também ressaltou que o aperto no programa de compra de ativos, processo chamado de 'tapering', terminará no início de março. "Pretendemos manter um volume de ativos adequado para implementar a política monetária."

Sede do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA); economistasnão têm dúvidas de que o Fed agirá com muita energia para diminuir a inflação neste ano. Foto: Jonathan Ernst/ Reuters

 

Balanço de ativos 

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Em comunicado, o Fomc disse pretender reduzir o balanço de ativos ao longo do tempo "de forma previsível", principalmente ajustando os valores reinvestidos de pagamentos recebidos de ativos mantidos na Conta de Mercado Aberto do Sistema (SOMA, na sigla em inglês).

Ao longo do tempo, o Comitê informou pretender manter uma carteira de títulos em montantes necessários para implementar a política monetária de forma "eficiente e eficaz" em seu amplo regime de reservas.

No longo prazo, a intenção é manter títulos do Tesouro especialmente na SOMA, "minimizando o efeito das participações do Federal Reserve na alocação de crédito entre setores da economia", diz comunicado. / COLABORARAM ILANA CARDIAL, GABRIEL CALDEIRA, GABRIEL BUENO DA COSTA, LETÍCIA SIMIONATO E FRANCINE DE LORENZO 

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