28 de abril de 2008 | 18h56
Batalhando com correntes econômicas arriscadas, o Federal Reserve está pronto para baixar a taxa de juros, de interesse central, para domar uma economia nervosa. Esse corte na taxa pode acabar sendo a última por algum tempo, enquanto os preços em ascensão da energia e dos alimentos aumentam a preocupação pela inflação. O presidente do Fed, Ben Bernanke, e seus colegas estavam lidando com uma situação bastante difícil. Eles estão tentando dar suporte ao crescimento econômico e ao mesmo tempo eles têm em mente que não podem deixar a inflação sair de controle. É um dilema econômico: as mesmas reduções de que o Fed depende para energizar a economia pode, também, semear as sementes da inflação para o futuro. "É uma situação bastante desafiadora", disse John Silvia, economista chefe de Wachovia. Em posição de acordo com essas forças conflitantes, o Fed provavelmente vai optar por uma redução moderada da taxa de juros, de 0,25 esta semana, prevêem Silvia e outros economistas. No encontro anterior em 18 de março, o Fed reduziu os juros a pesados 0,75. A ação, no entanto, gerou oposição de dois membros do Fed, que favoreciam uma menor redução devido a preocupações do estouro de uma inflação potencial. Foi uma divisão no front unido que o Fed normalmente mostra ao público. O Fed, que tem cortado as taxas de juros desde setembro passado, se mostrou mais energético de Janeiro a Março, quando problemas financeiros, de crédito e moradia, deram uma guinada para pior, ameaçando o país com uma grande recessão. Os cortes desses meses, somente, já marcaram a intervenção mais agressiva do Fed em 25 anos. Dessa vez, entretanto, o Fed parece favorável a um menor corte, ao fim das reuniões de dois dias, na quarta-feira, 30. Uma redução de 0,25 diminuiria a capacidade do Fed influenciar a economia internacional em 2%. Essa taxa, chamada taxa de fundos federais, é o que os bancos cobram uns aos outros por empréstimos overnight e afeta uma grande gama de taxas importantes cobradas de pessoas e empresas. Em contrapartida, a taxa de empréstimos para milhões de consumidores e negócios cairia em quantidade proporcional, de 5%. Essa taxa se aplica a certos cartões de crédito, financiamento de moradia e outros empréstimos. Ambas as taxas seriam as mais baixas desde o final de 2004. Economistas acreditam que o Fed pode estar inclinado a deixar as taxas de juros a níveis bastante baixos até provavelmente o início do ano que vem - enquanto o país não for atingido por uma nova onda de crescimento econômico. "Estamos entrando em um estágio em que é tempo para o Fed diminuir a intervenção e ir para a margem", disse Greg McBride, analista financeiro do Bankrate.com. "Uma redução de 0,25 é uma boa saída para essa transição. As taxas no curto-prazo podem permanecer baixas por mais tempo que o esperado", acrescentou. Um número crescente de economistas acredita que a economia vai contrair no quarto de ano referente a Abril-Junho. Muitos analistas também acreditam agora que a economia vai alcançar uma taxa de crescimento de 0,4%, ao contrário dos números negativos noticiados anteriormente. O relatório do governo sobre a performance nesse primeiro quarto do ano sai na quarta-feira, 30 - o mesmo dia em que o Fed decide sua próxima ação nas taxas de juros.
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