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Fed eleva projeção de PIB dos EUA para 2017 e reduz expectativa para inflação em 2018

Instituição também apontou que furacões Harvey, Irma e Maria devem afetar a atividade econômica no curto prazo

Por Gabriel Bueno da Costa , Gabriela Korman e Victor Rezende
Atualização:

O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) elevou nesta quarta-feira, 20, sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,2% (projeção de junho) para 2,4% em 2017. Para 2018, a mediana das projeções seguiu em 2,1%, enquanto a de 2019 avançou de 1,9% para 2,0%. Para 2020, a mediana das projeções é de 1,8%.

O Fed também indicou em comunicado quefuracões como oIrmadevastaram muitas comunidades, causando grandes estragos, que junto com a consequente reconstrução desses locais deve afetar a atividade econômica norte-americana. Foto: Carlos Barria/Reuters

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O Fed prevê que a inflação fique em 1,6% em todo o ano de 2017, como esperava em junho. Além disso, aponta que a inflação deve acelerar para 1,9% em 2018 (de 2,0% anteriormente) e ficar em 2,0% em 2019 (como esperado) e em 2,0% em 2020.

Ainda em relação aos preços, o Fed prevê que o núcleo da inflação em 2017 recue da projeção anterior de 1,7% para 1,5%. Para 2018, a previsão para o núcleo da inflação caiu de 2,0% para 1,9%, enquanto em 2019 ela seguiu em 2,0% e em 2020 ficou também em 2,0%.

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Em relação à taxa de desemprego, o Fed realizou poucas alterações em suas projeções. O Fed espera agora desemprego de 4,3% no fim de 2017, como havia dito em junho, de 4,1% em 2018 (de 4,2% anteriormente) e em 4,1% em 2019 (de 4,2%), enquanto a projeção para 2020 ficou em 4,2%. 

Juros. O número de dirigentes que apoia um novo aperto monetário ainda este ano avançou desde a reunião de junho do Federal Reserve. Um documento divulgado nesta quarta-feira informa onde cada dirigente projeta que os juros estarão no fim de cada ano. Onze integrantes esperam que os juros cheguem, em dezembro, na faixa entre 1,25% e 1,50%, o que equivaleria a uma nova elevação em 2017. Quatro dirigentes enxergam os juros na faixa atual, de 1,00% a 1,25%, enquanto apenas um acredita em mais duas elevações neste ano. A mediana das projeções para os juros no fim deste ano permanece em 1,400%, assim como a mediana das projeções para o fim de 2018 continua em 2,100%.

Para 2019, a mediana das projeções recuou de 2,900% para 2,700%, enquanto a mediana das projeções para os juros no fim de 2020 está em 2,900% e a dos juros no longo prazo é de 2,800%. 

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Desastres. O Fed também indicou no comunicado que os furacões Harvey, Irma e Maria devastaram muitas comunidades, causando grandes estragos, que junto com a consequente reconstrução desses locais deve afetar a atividade econômica no curto prazo. "Experiências no passado sugerem que as tempestades não devem alterar de forma material o curso da economia nacional no médio prazo", segundo a nota.

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Como consequência, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) continua a estimar, com ajustes graduais na política monetária, que a economia deva se expandir em ritmo moderado e que as condições do mercado de trabalho devem se fortalecer um pouco mais. Além disso, os riscos à perspectiva econômica estão, em geral, equilibrados.

O aumento dos preços da gasolina após os furacões devem impulsionar a inflação de modo temporário. Ainda, os riscos no curto prazo para a perspectiva econômica parecem "mais ou menos" equilibrados", mas o Fomc segue monitorando o desenvolvimento da inflação.

Segundo o comunicado, a política monetária permanece acomodatícia, apoiando algum fortalecimento nas condições do mercado de trabalho e um retorno sustentado para uma inflação de 2%.

O mercado de trabalho continuou a se fortalecer e a economia têm crescimento moderadamente até agora este ano. Os ganhos no trabalho permaneceram sólidos nos últimos meses, e a taxa de desemprego permaneceu baixa. Os gastos das famílias se expandiram em ritmo moderado e o crescimento nos investimentos fixos nos negócios cresceram nos últimos trimestres.

Em uma base de 12 meses, a inflação no geral e o núcleo da inflação diminuíram este ano e estão abaixo de 2%.

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Ao determinar o momento e o nível dos ajustes futuros para a taxa dos fed funds, o comitê avaliará as condições econômicas percebidas e esperadas em relação a seus objetivos de máximo emprego e inflação em 2%. Essa avaliação levará em conta uma série de informações, entre elas medidas do mercado de trabalho, indicadores de pressão inflacionária e expectativas de inflação, além de acontecimentos financeiros e internacionais. O comitê irá monitorar cuidadosamente os acontecimentos reais e previstos para a inflação e as projeções para os preços em relação à meta simétrica de inflação.

O comitê espera que as condições econômicas evoluam de maneira a permitir uma elevação gradual dos juros; as taxas dos Fed funds devem, porém, seguir por um tempo em níveis abaixo dos que devem prevalecer no mais longo prazo, afirma o comunicado. A trajetória atual dos juros, além disso, dependerá da perspectiva econômica, conforme for registrada nos dados por vir.

Em outubro, o comitê iniciará o programa de normalização do balanço, já descrito no adendo de junho de 2017 divulgado pelo Fed, lembrou o banco central, no comunicado de sua decisão tomada por unanimidade. 

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