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Alta do juro nos EUA depende de desempenho do cenário mundial

Em setembro a maior parte dos participantes do comitê tinham a expectativa de que o juro fosse elevado ainda em 2015, mas cenário agora é de maior incerteza

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Por Redação
Atualização:
Em setembroJanet Yellen foi a favor da alta dos juros em 2015 Foto: AP Photo/Jacquelyn Martin

O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) acredita que a economia norte-americana estava próxima de justificar um aumento de juros em setembro, mas integrantes decidiram que era prudente esperar por evidências de que a desaceleração da economia global não está tirando os EUA dos trilhos.

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A instituição demonstrou estar preocupada com o cenário externo, que pressiona para baixo a inflação no país. O Fed ainda acrescentou que a desaceleração da economia da China e o potencial contágio devem deprimir as exportações americanas.

A ata da reunião de 16 e 17 de setembro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), divulgada nesta quinta-feira, 8, mostrou que o comitê foi perturbado por sinais de fraqueza da economia global, mas não acreditava que isso "alterou de forma material" a perspectiva econômica.

"Entretanto, em parte por causa dos riscos à perspectiva para a atividade econômica e inflação, o comitê decidiu que era prudente esperar por informação adicional", disse o Fed na ata.

O Fed surpreendeu muitos em Wall Street ao deixar a taxa de juros inalterada na reunião de setembro. As taxas de juro de curto prazo estão próximas de zero desde 2008.

Embora a meta de "pleno emprego" estivesse perto de ser atingida, eles não estavam convencidos sobre a trajetória da inflação, que está abaixo da meta do Fed há mais de três anos.

Alguns membros do Fed desde então têm dito que a decisão foi apertada, e a ata mostrou que muitos deles ainda pensavam que seria apropriado elevar os juros "até o fim do ano".

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Nas projeções divulgadas junto com o comunicado da reunião, 13 dos 17 participantes disseram ter a expectativa de que as taxas de juro fossem elevadas neste ano. Na coletiva, Yellen enfatizou que estava nesse grupo. Segundo a ata, "depois de avaliarem a perspectiva para a atividade econômica, o mercado de mão de obra e a inflação e de pesarem as incertezas associadas à perspectiva, todos os membros, exceto um, concluíram que embora a economia dos EUA tenha se fortalecido e a capacidade ociosa no mercado de mão de obra tenha diminuído, as condições econômicas não justificavam uma elevação na meta da taxa dos Federal Funds nesta reunião".

Mas em conversas sobre a que distância a economia estava de alcançar os objetivos do Fed de pleno emprego e inflação de 2%, "muitos reconheceram que os recentes desdobramentos econômicos e financeiros globais podem ter aumentado os riscos à atividade econômica de certa forma".

A última decisão de política do Fed aconteceu antes de uma série de dados econômicos levantarem temores sobre a economia norte-americana, o que alimenta mais dúvidas entre investidores de que o Fed vai elevar os juros este ano.

Os rendimentos da dívida do governo dos EUA recuaram após a publicação da ata e índices acionários norte-americanos ampliaram os ganhos.

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Os preços de ativos sugerem que os investidores não veem quase nenhuma chance de uma alta dos juros na próxima reunião do Fed, em 27 e 28 de outubro, e apenas uma pequena chance de aumento no encontro de dezembro.

Brasil. A ata do Federal Reserve cita o Brasil entre as economias que tiveram contrações em seu Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre. "O crescimento econômico externo continuou fraco no segundo trimestre, contido pelas contrações no PIB real em Canadá, Japão, Brasil e Taiwan", afirma o documento.

Na entrevista à imprensa após a reunião em que o Fed decidiu manter os juros em meados de setembro, a presidente da instituição, Janet Yellen, apontou para os riscos provocados pela desaceleração entre os emergentes, citando em sua fala especificamente a China. Segundo a ata, indicadores divulgados pouco antes da reunião mostravam uma leve reação no ritmo do crescimento no exterior, particularmente em relação a indicadores do Canadá. "Porém indicadores recentes de alguns países, notadamente da China, estão reprimidos", diz o documento. (Com informações da Dow Jones Newswires)

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